Técnico do Goiás só voltará ao banco de reservas no dia 21, contra o Prudente, e atacante só em setembro
José Geraldo Azevedo e Raphael Petersen
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) não aliviou a barra do técnico Emerson Leão (foto ao lado) e do atacante Rafael Moura (foto abaixo – à esq.). Quem se livrou de punição foi o meia Romerito (foto abaixo – à dir.), pela confusão dos esmeraldinos com repórteres no gramado do estádio Barradão, em Salvador, após o empate por 2 a 2 com o Vitória pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro. Leão e Rafael Moura foram punidos pela Segunda Comissão Disciplinar na sessão desta terça-feira, dia 3 de agosto, e serão ausências no Esmeraldino nas próximas duas e cinco rodadas, respectivamente.
Quem levou a pior no tribunal foi o atacante Rafael Moura, suspenso por seis partidas, enquanto o técnico Leão pegou três jogos de gancho. Romerito, após comprovado que não cometeu nenhuma infração, foi absolvido de todas as acusações. Os três haviam sido suspensos preventivamente por 30 dias no dia 28 de agosto, a pedido da Procuradoria do STJD. O clube solicitou reconsideração, mas a decisão foi mantida. A decisão de hoje ainda cabe recurso, além de pedido de efeito suspensivo, para que todos sejam liberadores até que haja um segundo julgamento, no Pleno do STJD.
Com o resultado, o técnico Emerson Leão fica longe do banco de reservas nos próximos dois jogos, contra Palmeiras (08/08) e Grêmio (15/08), pelo Campeonato Brasileiro. Como não esteve em campo contra o Prudente, por conta da suspensão preventiva, esta partida já é levada em conta. Já Rafael Moura, além de Palmeiras e Grêmio, ainda ficar fora dos jogos contra Prudente, Fluminense e Santos, voltando a campo somente no dia 1º de setembro, contra o Atlético/MG.
Saiba detalhes dos depoimentos do treinador e dos jogadores:
O julgamento começou com uma longa leitura do relatório do processo, que continha muitos documentos. Durante 15 minutos, todos ouviram atentamente as palavras lidas pelo relator Marcelo Tavares. Em seguida, as provas de áudio e vídeo foram apresentadas. Uma matéria com imagens da confusão foi exibida aos auditores. Depois, o áudio da rádio onde trabalha o repórter Roque Santos foi ouvido.
Passadas estas provas, os três esmeraldinos denunciados passaram a ser ouvidos. Primeiramente o técnico Emerson Leão. Antes de falar sobre o fato, ele lembrou que a última vez em que esteve no STJD foi há três anos, e disse ter se sentido envergonhado. Desta vez, afirmou estar satisfeito por poder esclarecer a verdade.
Leão disse que, quando todos foram para a Polícia em Salvador, o repórter não parava de rir e que foi muito bem tratado pelos policiais locais. "Estou muito tranquilo, mas preocupado ao ver meu nome ser enquadrado em seis artigos, quando fui isentado na delegacia de polícia”.
Ainda em seu depoimento, o técnico do Goiás disse que sempre pede para seus atletas não reclamarem com os árbitros. "Vi que tinha vários atletas meu conversando com o árbitro e iria para lá para retirá-los. No momento da minha caminhada, fui interrompido por dois microfones". Leão diz que pediu para não ser interrompido. "Neste momento, ele colocou o microfone na minha boca".
Depois, foi a vez de Romerito, que relatou sua versão dos fatos e disse que no momento que iniciou a confusão, ele e Rafael Moura estavam conversando com o árbitro. "Não foi nada demais, tanto que nem foi relatada na súmula esta conversa". O jogador afirma que, quando virou de costas, viu a confusão já formada. "Fui em direção ao Leão e o segurei. depois me afastei. Não agredi e nem fui agredido por ninguém", explicou.
Último a prestar depoimento, Rafael Moura disse, assim como Romerito, que estava conversando com o árbitro, e ressaltou que não estava reclamando. "Depois disso, vi o repórter partindo para cima do Leão e, ao ser empurrado, empurrei ele também".
O atacante esmeraldino também disse que recebeu duas "microfonadas" e uma joelhada. Por isso, segundo ele, empurrou o repórter. "Assim, achei que teria solucionado o problema". Moura ainda disse que perdeu o controle ao ver o preparador físico sendo empurrado por Roque Santos. "Acabei perdendo o controle e desferi um soco nele".
Veja como foi a sustentação do procurador do STJD:
O procurador William Figueiredo, em sua acusação, primeiro lembrou que o CBJD diz que, mesmo com a partida encerrada, jogadores e técnicos podem ser denunciados, pois ainda estavam dentro do gramado e o jogo tinha terminado de acabar. E disse que, mesmo sendo inconveniente a atitude do repórter, a agressão não poderia ser justificada. Por fim, ainda pediu para treinadores e jogadores não se dirigirem ao trio de arbitragem ao fim das partidas. Em seguida, pediu a punição de todos os denunciados.
Leia os detalhes da sustentação de Carlos Portinho, advogado do Goias:
Carlos Portinho iniciou sua defesa dizendo que repórteres não poderiam estar dentro do campo naquele momento. O advogado do Goiás também não aceitou os dizeres da procuradoria, de que treinadores e jogadores não podem se dirigir ao árbitro. "Eles fazem parte do mesmo espetáculo e podem sim conversar. Nem toda conversa é uma reclamação".
Depois, o defensor criticou a denúncia e voltou a dizer que repórteres estavam dentro do gramado e que profissionais da imprensa não são jurisdicionado da Justiça Desportiva. Portinho também disse não entender muito bem a denúncia por reclamação a Leão, já que ficou bem claro na imagem que o treinador nem teve acesso à arbitragem. Sobre Romerito, ele disse ser ter dúvida, pois ele não participou da confusão.
Portinho lembrou que todo o tumulto começou com o repórter, que era incitado pelo narrador que estava nas cabinas de rádio do estádio do Barradão. Em relação a Rafael Moura, Carlos Portinho disse que, antes, o atacante foi covardemente agredido pelos repórteres. "Ninguém em sã consciência desfere um golpe sem ser agredido".
Entenda o caso:
O técnico e os jogadores do Goiás responderam pela confusão no final da partida no Barradão, quando Leão ia em direção ao árbitro da partida contra o Vitória. Imediatamente, alguns repórteres foram ao encontro do treinador para ouvir o que ele dizia. Então Leão bateu boca e se desentendeu com o radialista Roque Santos, da Rádio Metrópole, de Salvador. Após uma troca de empurrões entre jornalistas e integrantes da comissão do Goiás, o atacante Rafael Moura acertou um soco no repórter.
Leão foi acusado de constranger alguém, mediante violência, grave ameaça ou qualquer outro meio (artigo 243-B), incitar publicamente o ódio ou a violência (243-D), praticar agressão física (254-A), participar de rixa (257), desrespeitar os membros da equipe de arbitragem (258, §2º, II) e invadir local da partida (258-B). Todos artigos do novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O atacante Rafael Moura respondeu aos mesmos artigos que Leão, menos o 258-B (invasão). Romerito, por sua vez, foi incurso no 243-B, 257 e 258, §2º, II.
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Fora Leão do Goias...
ResponderExcluirEste homem e desagregador....
Fora Leão...
Grato pelo comentário.
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