Erich Beting
A diretoria do Santos anunciou que, a partir de agora, vai controlar melhor o uso do Twitter por parte de seus jogadores. O episódio em que atletas usaram o recurso da Twittcam para “conversar” com os torcedores não foi bem digerido pelos mandatários santistas.
As ofensas a torcedores (que por sua vez ofenderam jogadores) e o aparente bate-boca de Zé Eduardo com Robinho assustaram os dirigentes santistas, que agora vão ficar mais em cima daquilo que os jogadores fazem no tempo de folga.
Mais uma vez, a solução adotada é aquela de tirar o doce da criança em vez de ensiná-la a comer com moderação.
O problema, definitivamente, não é o Twitter.
Continua a reinar, no ambiente do esporte, a total falta de preparo para lidar com a mídia. Seja nas entrevistas feitas aos meios digitais, seja no uso da própria mídia (Twitteres, Facebooks, Orkuts e afins), são raros os atletas que sabem como utilizar a mídia como ferramenta para se promover e para conseguir ter mais destaque. E raros os dirigentes que entendem também o papel dessas mídias para o bom andamento de suas gestões.
A então inocente brincadeira dos jogadores do Santos com a Twittcam gerou mais uma crise em véspera de decisão na Vila Belmiro. Não seria preciso se preocupar com isso se os atletas, no início da temporada, tivessem uma palestra mostrando qual o papel deles em meio às mídias sociais.
A gestão esportiva, em sua maioria, continua a tratar o atleta como um animal que deve ficar confinado para então lhe trazer o melhor retorno. Não se exercita o cérebro, não se preocupa em dar mais conhecimento para os atletas.
Isso não tem nada a ver com nível cultural, social ou qualquer coisa que o valha. Qualquer um precisa de conhecimento. Enquanto não se investir numa melhor qualificação de quem trabalha com o esporte, continuaremos a evitar o problema em vez de solucioná-lo.
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Benê Lima