Na temporada retrasada, Lionel Messi brilhou mais do que na última. Entretanto, suas atuações com a camisa do Barcelona foram o suficiente para bater dois companheiros de time que se sagraram campeões do mundo em 2010, com a seleção da Espanha – Xavi e Iniesta. Pela segunda vez Bola de Ouro na eleição da Fifa, realizada em conjunto com a tradicional revista européia France Football, o craque argentino superou também o “fator Copa”, decisivo para essa escolha.
Pela primeira vez na história do prêmio de melhor do mundo da entidade, um atual campeão do principal torneio de seleções não vence o título em ano de Copa. Tanto que o próprio Messi se disse surpreso com a congratulação.
“Quero agradecer a todos meus companheiros, pois obviamente sem eles não estaria aqui, e também quero dividir isso com meus familiares e com todos os torcedores do Barcelona”, discursou o camisa 10.
Representantes da seleção que levou a melhor no Mundial, como Romário (1994), Zidane (1998), Ronaldo (2002) e Cannavaro (2006), faturaram o troféu nas últimas edições meses depois de seus países atingirem o primeiro lugar na disputa.
A argumentação da “quebra da escrita” em 2010 se deveu à própria filosofia de jogo da Espanha – a equipe de Vicente del Bosque possuía um sistema coletivo muito particular, de muitas trocas de passes e posse de bola, sem um grande destaque individual.
Além disso, com a junção dos prêmios da Fifa e da Bola de Ouro, da France Football, que culminou na Bola de Ouro Fifa 2011, o melhor jogador foi eleito por conta do caráter mais técnico, decidido por jornalistas (marca da publicação). Em 2009, último ano antes da unificação, Messi faturou tanto o prêmio da Fifa como o da France Football.
Lionel Messi e Marta repetem dobradinha de 2009: melhores do mundo em 2010 também (Foto: EFE)
Marta eterna
"Falaram que eu deveria chorar senão não seria tão emocionante. E aqui estou chorando de novo”. As lágrimas de Marta no palco em que ela subiu pela quinta vez consecutiva para levantar o troféu de melhor jogadora de futebol do mundo simbolizaram bem o que representou o ano de 2010 para a camisa 10 da seleção brasileira.
Dona de um jogo absolutamente técnico, a ex-atleta do FC Gold Pride, por quem se destacou na temporada passada, além de brilhar em sua terra, defendendo as Sereias da Vila, representante do Santos na categoria, enalteceu suas conquistas fora das quatro linhas.
“Este ano foi realmente muito especial. Consegui vários êxitos com as minhas equipes e depois fui agraciada como embaixadora da ONU [Organização das Nações Unidas], o que é uma honra. Nada disso teria acontecido sem as pessoas que estão comigo no dia a dia”, elencou Marta, após ter superado a concorrência das alemãs Fatmire Bajramaj e Birgit Prinz, que constestou o modelo de votação da entidade.
A alagoana de 33 anos disse ainda que 2011 é um ano muito especial devido à realização do Mundial feminino. “Queremos muito ganhá-lo, já que é um título que no passado esteve em nossas mãos e perdemos por pequenos detalhes”, afirmou Marta, vice-campeã em 2007, na China.
“Em todo começo de ano tenho esse objetivo [ser a melhor do mundo]. Sempre tenho isso em mente e sei que preciso trabalhar coletivamente para depois colher os frutos”, finalizou a atleta que vem se tornando figurinha carimbada em Zurique, sede da Fifa: finalista sete vezes (terceira em 2004 e segunda no ano seguinte), com cinco conquistas, começando por 2006.
Special One oficializado
Entre os treinadores, a parceria Fifa e France Football valorizou mais a quantidade de grandes conquistas do que “apenas” o triunfo na Copa do Mundo de 2010. Por conta disso, em se considerando a última temporada toda, José Mourinho, então treinador da Inter de Milão, venceu o duelo com Vicente del Bosque, selecionador da Espanha, e Pepe Guardiola, comandante do Barcelona.
José Mourinho se emocionou (Foto: Reprodução)
Antes de subir ao palco, Mourinho abraçou quatro jogadores que estavam próximos a ele: Lucio, Maicon e Sneijder, com quem trabalhou no clube italiano, e Iker Casillas, seu goleiro e capitão no Real Madrid.
Pela Inter, o português conquistou a Copa da Itália, o Campeonato Italiano e a Liga dos Campeões, tornando-se um dos maiores ídolos recentes da história nerazzurri.
“Trabalhei muito para chegar aqui, mas não chego sozinho. Cheguei com os meus jogadores, com os meus colaboradores, e cheguei, principalmente, com a força dos que me amam e me esperam para celebrar este momento fantástico”, disse o “orgulhoso português” Mourinho, em seu idioma.
Cristiano Ronaldo, Sneijder, Xavi e Messi na seleção dos 11 melhores em votação de jogadores (Foto: EFE)
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Benê Lima