SANTOS FUTEBOL CLUBE - FUPES - PMS
Luana Paula Silva / Ricardo Felipe Navarro Passos
Resumo
Esta pesquisa teve como objetivos conhecer o perl antropométrico, de mulheres praticantes de futebol
feminino prossional. O estudo foi feito através, da análise da composição corporal, sendo realizadas medidas de estatura, espessura de dobra cutânea (tríceps, subescapular, supra-ilíaca e abdômen), e massa corporal total. A amostra foi constituída por 24 mulheres com idade entre15 e 29 anos, atletas profissionais da elite de futebol feminino no país, que representam a equipe do Santos Futebol Clube – FUPES - PMS que disputaram a fase seminal do Estadual da categoria Principal em 2007. A partir das medidas obtidas, foram calculados diversos parâmetros e através desses dados podemos observar o perfil antropométrico atual das atletas prossionais do futebol feminino paulista. A faixa etária média da equipe foi de 20,79 (+ ou - 3,20), devido o futebol feminino no país não possuir estrutura adequada profissional comparada ao futebol masculino. O futebol feminino não possue equipes de bases, ou seja, cada vez mais as atletas de menor faixa etária estão atuando em equipes categoria principal e disputando este nível de campeonatos.
INTRODUÇÃO
A prática de futebol feminino vem aumentando nos últimos anos no país do futebol masculino, e as
mulheres estão praticando cada vez mais o esporte fazendo com que a modalidade ganhe mais espaço. A
legislação, com seus especialistas, contribuíram para que o processo de entrada da mulher no esporte mais
praticado no país se desse apenas no nal da década de 80. De acordo com Castellani Filho (1991) durante
a ditadura militar, o CND (Conselho Nacional de Desporto), através da resolução número 7/65, proibiu as
mulheres de praticarem lutas, futebol, pólo aquático, rugby e baseball no pais. Somente em 1986 o CND
reconheceu a necessidade de estímulo à participação das mulheres nas diversas modalidades esportivas. De acordo com o jornal (Brasil, 1996,p.5), a explosão do futebol feminino no país ocorreu na década de 80, onde o time carioca Radar colecionou títulos nacionais e internacionais. As vitórias estimularam o aparecimento de novos times e em 1987, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) já havia cadastrado dois mil clubes e quarenta mil jogadoras. No ano seguinte, o Rio de Janeiro organizou o campeonato estadual. A primeira seleção nacional participou da inédita copa do mundo na China em 1991, e fez sua estréia nos jogos olímpicos de 1996 em Atlanta ficando em quarto lugar. A seleção feminina do Brasil conquistou a mesma colocação nas olimpíadas de Sydney em 2000, e foi medalha de prata em Atenas em 2004. Pelas competições da FIFA, a seleção cou em terceiro lugar no mundial dos Estados Unidos de 1999, e foi vice-campeã mundial na China em 2007.
Nesse contexto promissor interessa-nos o conhecimento do perl antropométrico, através da análise
da composição corporal das atletas da equipe de futebol feminino do Santos Futebol Clube FUPES
PMS, através dos dados coletados, observar as características antropométricas: estatura, espessura de dobra cutânea e massa corporal total. Com isso podemos identicar qual é o atual perl das atletas de elite do futebol paulista de acordo com os resultados expressados na média e desvio padrão, e observar o percentual de gordura (%G), das atletas, de acordo com o posicionamento tático.
De acordo com os resultados expressados na média e desvio padrão, podemos observar que: (a) média de
idade das atletas foi de 20,79 (+-3,20), (b) peso 59,18 kg (+-6,54), (c) estatura 165 cm (+-0,07), (d) (%G)
13,82 (+-2,27), (e) IMC 21,59 (+-1,91). A massa corporal total das atletas, quando expressa em kg, obteve
diferença significativa. Observaram-se menor quantidade de gordura corporal (G%) e maior quantidade de
massa corporal magra nas atletas. De acordo com Lohman (1992), que sugere um percentual de gordura
corporal ideal para mulheres de 12% a 16%, as atletas se encontram dentro do (%G) atual de 13,82 (+-2,27), ou seja, ideal para a população.
Pelo fato das atletas serem constituídas de alto nível composta por jovens e realizarem treinamentos
aeróbios e anaeróbios em dois períodos diários de segunda à sexta-feira, dessa forma já apresentam resposta adaptada do metabolismo lipídeo na produção energética ao treinamento. Essa adaptação causa forte impacto na composição corporal das atletas e pode ter determinado o (%G), significantemente baixo.
Através desta pesquisa também podemos observar o (%G) atual das atletas de acordo com o posicionamento tático e obtivemos os seguintes resultados: (a) laterais 13,86 (+-3,67), (b) meias 13,00 (+-1,63), (c) zagueiras 12,67 (+-1,73), (d) atacantes 14,48 (+-1,81), (e) goleiras 14,70 (+-1,27).
De acordo com esse dados podemos observar que as atletas que atuam em determinadas posições onde a
demanda energética é menor durante o jogo, obteve maiores percentual de gordura como é o caso das goleiras e as atacantes. No entanto as atletas que atuam como laterais, meias e zagueiras, obtiveram um percentual de gordura menor isto pode estar relacionado ao fato de exercerem funções táticas onde se exige um gasto energético elevado, onde o ritmo e a intensidade no jogo é maior exigida dessas posições. Pois ambas posições realizam treinamentos diários aeróbio e anaeróbios em dois períodos, de cinco vezes semanais, são excluídas desse treinamento, somente as goleiras, que fazem um treinamento especico com o treinador de goleiras.
Entretanto com esses dados é possível caracterizar o perfil antropométrico das atuais atletas de equipes
adultas profissional da elite do futebol feminino paulista.
METODOLOGIA
Foram avaliadas 24 atletas prossionais da equipe de futebol feminino do Santos Futebol Clube FUPES
- PMS (a avaliação foi aplicada, durante a disputa da fase seminal do Campeonato Paulista de Futebol
Feminino 2007, organizado pela Federação Paulista de Futebol (FPF)). Foram realizadas as seguintes análises antropométricas: estatura, espessura de dobra cutânea (tríceps, subescapular, supra-ilíaca e abdômen) e a massa corporal total.
A aplicação contou com a colaboração da supervisora e do treinador da equipe. A avaliação foi realizada
no tempo disponível das atletas, onde, no mesmo dia não houve treinamentos físicos e táticos em nenhum
período. A partir das medidas obtidas, foram calculados diversos parâmetros, sendo considerados na presente análise: o percentual de gordura corporal (%G) obtido á partir da estimativa da densidade corporal, a massa corporal magra (massa corporal total massa corporal de gordura kg), e o índice de massa corporal (IMCmassa corporal total/estatura2, kg/m2). Utilizou-se uma balança digital da marca Toledo com estadiômetro, e um adipômetro para determinar a massa corporal total e um adipômetro cientíco da marca Sanny. A estimativa da gordura corporal das atletas foi feita a partir da estimativa da densidade corporal obtida pela equação de Faulkner apud Carnaval (1995) protocolo de 4 dobras (tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, lado direito), através do protocolo de Lohman (1992), identificamos o percentual ideal para mulheres de 12% à 16%.
Através dos dados coletados, também foram calculados o (IMC) Índice de Massa Corporal, e a média
geral da faixa etária.
RESULTADOS
TABELA I
Idade / Peso / Atual Altura / % Gord. Atual / IMC
Média 20,79 59,18 1,65 13,82 21,59
Desvio Padrão 3,20 6,54 0,07 2,27 1,91
TABELA II
LATERAIS MEIAS ZAGUEIRAS ATACANTES GOLEIRAS
Média 13,86 13,00 12,67 14,48 14,7
Desvio Padrão 3,67 1,63 1,73 1,81 1,27
CONCLUSÃO
A massa corporal total das atletas, quando expressa em kg, obteve diferença estatisticamente significativa.
Observaram-se menor quantidade de gordura corporal (%G) e maior quantidade de massa corporal magra
nas atletas.
De acordo com o protocolo de Lohman (1992) que sugere um percentual de gordura corporal ideal para
mulheres de 12% à 16%, as atletas se encontram dentro do (%G) atual, ideal para a população.
Pelo fato das atletas serem constituída de alto nível, composta por jovens e realizarem treinamentos em
dois períodos diários de segunda à sexta, dessa forma já apresentam resposta adaptada do metabolismo
lipídeo na produção energética ao treinamento. Essa adaptação causa forte impacto na composição corporal
das atletas e pode ter determinado o (%G) significativamente baixo.
De acordo com esse dados podemos observar que as atletas que atuam em determinadas posições onde a
demanda energética é menor durante o jogo, obteve maiores percentual de gordura como é o caso das goleiras e as atacantes. No entanto as atletas que atuam como laterais, meias e zagueiras, obtiveram um percentual de gordura menor isto pode estar relacionado ao fato de exercerem funções táticas onde se exige um gasto energético elevado, e onde o ritmo e a intensidade no jogo é maior exigida dessas posições.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
Brasil tem 750 jogadoras e a China, 23 milhões. O Estado de São Paulo, p.5, 1996.
CARNAVAL, P.E. Medidas e Avaliações em ciências do esporte. Rio de Janeiro. Sprint,
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1995.
CASTELLANI FILHO, L. Educação Física no Brasil: a história que não se conta.
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GUEDES, D.P. Composição Corporal: Princípios, Técnicas e Aplicações. 2ª Ed.
Londrina. APEF, 1994.
GUEDES, D.P. Crescimento, composição corporal e desempenho motor em crianças e
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Universidade de São Paulo, 1994.
LOHMAN, T.G. Advances in body composition assessment. Champaign. Human
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Benê Lima