“São 15 anos e 299 troféus”
A categoria amadora mais vitoriosa da história do Guarani está com suas atividades suspensas. Após 15 anos e 299 troféus conquistados, o futebol feminino do Bugre não terá força máxima em 2011, justamente no ano do seu centenário. Apenas o sub 15 e o sub 13 podem continuar na ativa, mas isso ainda não foi definido. Já as meninas mais velhas devem ir para o Bonfim.
Com a falta de estrutura e sem apoio da diretoria, o coordenador Fernando Pereira resolveu se “aposentar” no fim de 2010, quando se despediu do grupo de 45 meninas. Nos últimos dois anos, uma parceria com a Amigos Desportistas de Campinas — Associados (ADCA), entidade formada por bugrinos, permitiu um patrocínio do Fundo de Investimentos Esportivos de Campinas (Fiec ). “Porém, na última sextafeira, o prazo para apresentação de projetos para 2011 venceu e nada foi feito”, lamenta Pereira. Segundo ele, o clube também perdeu o prazo para inscrição da categoria sub 15 na Taça Brasil de 2011, competição vencida pelo Bugre em 2007, e foi substituído pela Portuguesa de Desportos, que será o representante paulista.
Idealizador do futsal e futebol feminino no Guarani em 1991, Pereira trabalhou por uma década e meia sem receber um centavo do clube. Pelo contrário. Em muitas oportunidades, tirou dinheiro do próprio bolso para custear as despesas da categoria. “Não é qualquer um que trabalha mais de 20 anos de graça. É preciso gostar muito do que faz e do clube para inúmeras vezes meter a mão no próprio bolso e sequer ser chamado para as reuniões da vice-presidência de esportes, como se a modalidade não existisse no clube”, desabafa.
A falta de estrutura é o principal motivo para a saída do dirigente. Apesar de elevar o nome do Bugre, o futebol feminino não recebia apoio. O caso da jogadora Naiara, de 18 anos, é um exemplo. Ela rompeu os ligamentos cruzados, em junho, nas finais dos Jogos da Juventude e “só conseguiu ser operada em novembro e foi pelo médico de Neverland, Roberto Nishimura. Não há seguro saúde”, observa o ex-dirigente.
Pereira classifica o período que atuou no futebol feminino como um misto de alegria e tristeza. “Nós não existimos dentro do clube. Mas valeu pelas meninas que conseguiram melhorar de vida. Muitas que não conseguiriam fazer faculdade aqui, foram para o Exterior, fizeram mestrado e trabalham em multinacionais. Conseguimos através do esporte formar pessoas. Isso não tem dinheiro que pague.”
O site do clube afirma que as atividades estão suspensas e a assessoria de imprensa pediu até hoje para dar um parecer sobre o assunto. Sidney Araújo e o professor Elvis, dois colaboradores da categoria, tentam manter o sub 15 e o sub 13 junto à diretoria.
Fonte: Correio Popular
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Benê Lima