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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sábado, janeiro 22, 2011

Futebol feminino nos Estados Unidos: a qualidade que vem da quantidade

Período entre fim e início de ano marca profusão de torneios de recrutamento de jogadoras; técnicos universitários realizam várias observações e contatos

Helio D'Anna

A época de fim de ano nos Estados Unidos traz os feriados, férias, e muito futebol feminino. Pelo menos nos estados de clima mais quente. Por exemplo, nas duas ultimas semanas de dezembro e primeira semana de janeiro, o Estado da Florida se torna a capital do recrutamento do futebol feminino no país.

A se começar por Sanford, próximo a Orlando, técnicos universitários de todas as partes dos EUA vêem assistir jovens garotas que disputam o torneio de clubes de elite do futebol feminino. A ECNL (Elite Clubs National League - http://www.eliteclubsnationalleague.com/) é uma liga nova criada há dois anos e possui clubes para garotas das idades de 14 a 19 anos de todas as partes dos EUA e também do Canadá.

O nível é altíssimo, e jovens garotas com futuro promissor junto à seleção norte-americana disputam esse evento. A iniciativa “showcase” de inverno acontece de 27 a 29 de dezembro. Quase mil jogadoras de elite disputam esse torneio anualmente, dando oportunidade a centenas de técnicos universitários efetuarem o recrutamento para as suas respectivas equipes.

Quase ao mesmo tempo, há também um torneio de tradição internacional que acontece em Weston, próximo a Miami. O Orange Classic (http://theorangeclassic.com/) existe há nove anos e reúne mais de 300 clubes e mais de quatro mil e quinhentas meninas de 9 a 19 anos. Por volta de 250 técnicos universitários assistem a esse torneio que vai de 27 a 30 de dezembro e é disputado em vários complexos próximos uns aos outros e com dezenas de campos cada.

Os técnicos recebem um “livro” com informações das meninas e vão assistindo aos jogos, deslocando-se de campo a campo e fazendo anotações sobre as meninas que impressionam. Em 2010, houve clubes dos EUA, Canadá e Noruega que participaram no Orange Classic.

É muito comum ver técnicos universitários que se deslocam do torneio ECNL ao Orange durante esses dias, tentando cobrir o maior número de jogos.

Para quem acha que estamos de férias nesses dias, logo na data seguinte do término do Orange Classic, começa o Disney Showcase, em Orlando (http://espnwwos.disney.go.com/events/soccer/soccer-showcase-girls/). Este evento tambem é de âmbito internacional e de elite, e vai do dia 31 de dezembro ao dia 3 de janeiro. Na edição mais recente, mais de 250 times com meninas de 15 a 19 anos foram inscritos.

Novamente, times dos EUA inteiro, Canadá e até do Japão participaram. O evento é patrocinado pelo Chelsea Football Club, em parceria com a Adidas. No ano passado, foram mais de 500 técnicos universitários que se desdobraram para cobrir os mais de 30 campos do complexo principal. Aliás, o complexo principal que baseia o evento é o ESPN Wide World of Sports (http://espnwwos.disney.go.com/sports/soccer/), que é de dar inveja a qualquer clube de elite do mundo (não é a toa que o Chelsea escolheu esse complexo).

Posso dizer ao leitor que eu passei todos esses dias assistindo às meninas por volta de oito a 10 horas por dia e não consegui cobrir todos os jogos que eu quis. O interessante desses torneios é que as jogadoras recebem a lista dos técnicos que estarão presentes, e elas já mandam e-mails demonstrando interesse pelas respectivas universidades. Assim, podemos ter pelo menos um início de plano de quem assistir.

Mas a conclusão final é que é fácil compreender como os EUA têm uma seleção tão forte: de tanta quantidade de meninas jogando, fica fácil se tirar a qualidade.

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Benê Lima