Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quarta-feira, junho 16, 2010

Copa e marketing

O grande mico comercial da Copa do Mundo

Já abordamos por aqui o problema do encalhe de ingressos para camarotes corporativos na Copa do Mundo na África do Sul. Hoje, no Ellis Park, foi possível comprovar, mas não fotografar, que houve "sobras" para a formação da área VIP do estádio. Dezenas de cadeiras que são usadas nos camarotes estavam encostadas numa sala do estádio.

Só que outro mico que a Fifa tem de engolir na África do Sul é com a venda de ingressos. Muito abaixo do esperado, a comercialização de ingressos faz com que, pela primeira vez na história, seja necessário criar uma campanha de incentivo à venda de ingressos. Ainda mais quando o jogo não é lá essas coisas. É o que mostra a foto abaixo, tirada logo após a vitória brasileira na estreia. Pode vir a ser um prenúncio de 2014. Afinal, tal como cá na África, o Brasil tem costume de dar preferência a jogos mais badalados. Imagine, daqui a quatro anos, Nova Zelândia e Eslováquia atuando em Manaus, talvez a menos populosa das 12 sedes brasileiras até 2014? Será que o estádio ficaria lotado?

Por Erich Beting

Futebol bate basquete e hóquei nos EUA

A partida de abertura da Copa do Mundo já havia sido surpreendente para as redes de televisão dos EUA. O jogo entre África do Sul e México teve o dobro da audiência de Alemanha x Costa Rica, no jogo que marcou o início do Mundial de 2006. Agora, os EUA ficaram "chocados" com o resultado da audiência de Inglaterra x Estados Unidos, partida que marcou a estreia americana na Copa do Mundo na África do Sul.

Ao todo, 17 milhões de pessoas assistiram ao jogo. A audiência foi maior que a dos quatro primeiros jogos dos playoffs da NBA, além de superar à da decisão do hóquei, a Stanley Cup. O que mais surpreende os americanos é que o jogo do USA Team foi realizado no período da tarde no país, enquanto que as partidas de basquete e hóquei ocorreram no horário nobre da TV.

O futebol só falta "pegar" no mercado dos Estados Unidos. Os números obtidos até agora na África do Sul são um exemplo de que o cenário já tem mudado. Outra mostra disso é a venda dos direitos de transmissão para o Mundial. Os EUA foram responsáveis pelo maior faturamento da Fifa. Os contratos com Univision e ABC/ESPN renderam US$ 425 milhões para a entidade até 2014. O contrato mais valioso, porém, foi o da Univision, que pagou US$ 325 mi pela transmissão em espanhol das partidas.

Mostra de que, apesar da evolução, futebol nos Estados Unidos é coisa para os imigrantes latinos...

Por Erich Beting

14/06/2010

E o camarote encalhou na Copa...

Na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, a Fifa celebrou o melhor Mundial da história em termos financeiros. Venda de pacotes de patrocínio, de direitos de transmissão e, especialmente, de camarotes para os jogos, bateram todos os recordes. No total, a entidade havia conseguido um recorde de US$ 250 milhões só com a venda dos espaços corporativos.

Quatro anos depois, na África do Sul, a Fifa volta a celebrar um Mundial de recordes. Nunca a entidade faturou tanto numa mesma edição do torneio. Só que, agora, a situação é outra. Há um problema considerável na distribuição nesse aumento de faturamento. A receita com TV e patrocínio atingiram patamares históricos. Mas a comercialização dos camarotes corporativos se transformou no problema que a entidade terá para a competição.

Na África, o faturamento com a venda dos camarotes foi de US$ 110 milhões. Menos da metade da Copa anterior. Não bastasse isso, os ingressos para esses locais encalharam. Nem mesmo em Inglaterra x Estados Unidos eles estavam lotados. Reflexo da crise financeira que apertou o gasto na Europa e nos EUA e, também, do preconceito do europeu em relação à África do Sul. O receio da violência e do desconhecido fizeram com que as empresas investissem menos em levar o cliente para o evento.

O resultado é visível. Além de ter colocado à venda os ingressos "premium" a preços relativamente baratos (menos de US$ 200), a Fifa assiste agora a um "buraco" nas cadeiras destinadas aos torcedores privilegiados. A foto abaixo foi tirada hoje, no Soccer City Stadium, no jogo entre Holanda e Dinamarca. As cadeiras vazias no espaço fechado eram dos camarotes. E olhe que os holandeses ainda têm grande presença na África do Sul...

Por Erich Beting

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