Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

domingo, junho 27, 2010

Futebol e estresse atuando juntos

Como o treinador, em sua multiplicidade de funções, deve lidar com o quesito emocional dos atletas no futebol

Rodrigo Saldanha da Silva

Rafael Benítez, também Rafa Benitez

Queiram ou não queiram os doutores do futebol, jogar bem ou jogar mal será sempre reflexo do estado mental em que se encontre uma equipe. Não só de pernas vive um grande time. O futebol profissional move vastos interesses financeiros e recebe grande quantidade de atenção da mídia. Os jogadores de elite tem vantagens econômicas, popularidade e prestigio.

Uma das questões que sempre intrigou técnicos e preparadores em geral, se referia ao por que alguns atletas conseguiam ter um ótimo desempenho em competições, enquanto outros com a mesma aptidão física e qualidade técnica não rendiam o esperado?

Em outras palavras, um atleta sem preparo psicológico adequado que lhe permita desempenhar-se bem sob pressão, competir com dor, concentrar-se, manter o foco, ter sentimentos positivos e participar das competições sentindo-se confiante e tranquilo, terá poucas chances de alcançar um bom desempenho. Isso porque, no alto nível, as habilidades esportivas de diferentes atletas se igualam. Assim, aos atletas são necessários três requisitos básicos para a excelência no esporte: talento, treinamento intenso e “cabeça”.

Os jogadores de futebol, inevitavelmente, estão expostos a um numero potencial de estressores que operam sobre o desempenho atlético durante a carreira esportiva. Não saber lidar com o estresse é a principal fonte geradora de maus rendimentos esportivos, de aumento de insegurança, aumento dos sintomas de ansiedade antes e durante o desempenho esportivo, diminuição da autoconfiança e do autocontrole.

Existe também um estresse positivo, chamado de eustresse. Esse estresse positivo prepara o corpo para a atividade explosiva, deixa o individuo alerta e estimulado fisiologicamente, ajudando-o a manter o foco, a atenção, a motivação, o entusiasmo e a conservar um alto nível de energia física. Em outras palavras, ele prepara o organismo do atleta para o ótimo desempenho.

Aí entra o papel do treinador. O treinador é o especialista mais próximo dos jogadores e a mais importante autoridade técnica do departamento de futebol. Pela multiplicidade de funções que desempenha – dirigente técnico, educador, organizador, conselheiro, estrategista e líder -, exerce significativa influência no comportamento dos atletas. O apoio psicológico, a inserção geral do atleta no grupo, a segurança individual ao atleta e à equipe, o respeito ao espírito esportivo, o controle, as intervenções e a orientação de procedimentos técnicos ou táticos são as principais funções do treinador.

A experiência tem nos mostrado que aquilo que pode servir como incentivo e motivação para uns, pode não surtir o mesmo efeito para outros, uma vez que cada pessoa é genética e psicologicamente diferente de outra. Seguindo esse raciocínio, o treinador deverá saber como e quando falar com cada um de seus atletas ou demais pessoas que compõem sua equipe.

O conhecimento de um treinador, sua atitude e seu comportamento, bem como sua capacidade de disfarçar emoções e frustrações pessoais afeta o desempenho do atleta. Uma falta de confiança nas capacidades e conhecimento do treinador, especialmente se presente antes da competição principal, afeta negativamente o desempenho de um atleta e, portanto, o ápice para aquela disputa. A solução para esses problemas é simples: ampliar os conhecimentos de treinamento pessoal, melhorar o autocontrole, ou ser honesto e aconselhar o atleta a procurar um treinador melhor.

Contato: rodrigosaldanhars@gmail.com

Bibliografia:

BOMPA, Tudor. Periodização: Teoria e Metodologia do Treinamento. São Paulo-SP. 2002. 4ª edição. Phorte Editora.
SANTOS FILHO, José Laudier Antunes dos. Manual de Futebol. São Paulo-SP. 2002. Phorte Editora.
CARRAVETTA, Élio. Modernização da Gestão no Futebol Brasileiro. Porto Alegre-RS. 2006. AGE Editora.
BARROS e GUERRA, Turibio Leite e Isabela. Ciência do Futebol. Barueri-SP. 2004. Manole.

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