"Não vale a pena!", diz urbanista sobre a Copa em SP
Pedro Sales afirma que condições da Fifa para abrir o torneio são absurdas
Arquiteto e urbanista Pedro Sales
Regina Rocha
O arquiteto e urbanista Pedro Sales* não esconde sua indignação com a postura autoritária da Fifa que vetou o Morumbi, nem crê que São Paulo devesse insistir, em condições tão arbitrárias, em receber a Copa de 2014. "Não vale a pena a cidade se sujeitar a atender às condições absurdas impostas pela Fifa, e dispender recursos altíssimos, só para que um estádio sedie umas cinco partidas da Copa".
Ele alfineta: "Por que haveríamos de montar um circo para a Copa?". Para ele, o investimento não é justificável, e os ganhos para a cidade, aposta, serão poucos se comparados às exigências e recursos dispendidos.
Do ponto de vista urbanístico e de crescimento urbano, menos justificável ainda é a construção de um outro estádio, o Piritubão ou o que vem discutido para Guarulhos. Diferente da visão corrente, ele acha que Copa do Mundo não traz melhorias em larga escala, "não obriga à realização de obras que resolveriam as grandes pendências da sociedade". Não é o mesmo que nos Jogos Olímpicos, diz: "Uma Olimpíada é diferente, porque se dá num único lugar, e necessita por isso intervenções na escala de atuação urbana e metropolitana. É o que esperamos aconteça no RJ em 2016", analisa.
*O arquiteto Pedro Sales é professor e pesquisador de planejamento urbano da Escola da Cidade. Foi assessor técnico da Sempla - Secretaria Municipal de Planejamento, atuando na coordenação do plano de intervenção e ordenação de operações urbanas na cidade de São Paulo. Como consultor, realizou trabalhos para órgãos como Iphan e Cooppe-UFRJ. Participou do seminário Qualificação Urbana em Cidades-Sede da Copa 2014, durante a 8ª Bienal Internacional de Arquitetura.
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Benê Lima