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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

domingo, julho 04, 2010

Scout do jogo: Argentina 0 x 4 Alemanha

Europeus ‘descartam’ posse de bola, aproveitam brecha no lado direito defensivo do rival e alcançam goleada histórica

Equipe Universidade do Futebol

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Foram quatro gols diante de Austrália e Inglaterra. No confronto contra os oceânicos, na primeira fase, a justificativa dos mais ponderados era que o rival não apresentava muitas qualidades. Já no embate com o adversário continental, o placar acabou sendo construído após um chute de Lampard, que ultrapassou a linha e resultaria no empate, mas não assinalado pela arbitragem. Pois no enfrentamento com os argentinos, neste sábado, a goleada imposta pela Alemanha não possui argumentações contrárias.

Atacando o time comandado pro Diego Maradona em seu ponto mais falho – o sistema defensivo pelo lado direito –, a equipe germânica praticamente abdicou da posse de bola (42,3% contra 57,7%), finalizou menos a gol (17 contra 21), mas foi letal quando se propôs a avançar e vazar o goleiro Romero.

Agora nas semifinais pela décima-segunda vez em sua história, a Alemanha enfrenta, na próxima quarta-feira, em Durban, o vencedor do jogo entre Espanha e Paraguai. A Argentina, cujo último título data de 1986, volta para casa nas quartas, como em 2006.

No confronto, não demorou mais do que dois minutos para que a deficiência sul-americana ficasse exposta e o primeiro gol saísse. Otamendi, que teve sérias dificuldades para conter Podolski e também auxiliar o sistema defensivo, cometeu falta lateral. Schweinsteiger levantou na área e Thomas Müller se antecipou ao goleiro.

Atrás do placar, a Argentina mudou seu posicionamento. Messi caía pela direita, junto com Di Maria, que inverteu de lado com Máxi Rodriguez. Tevez recuou para trabalhar mais ao lado do craque do Barcelona, com Higuaín ficando centralizado. O lateral-direito Boateng se limitava a barrar as empreitadas pelo setor.

Lahm era a melhor saída da Alemanha, no embate com Heinze, recebendo auxílio de Ozil e Müller. Schweinsteiger, Khedira e Podolski trabalhavam bem a bola pela faixa centro-esquerda, e o jogo ficou sob controle.

No segundo tempo, Boateng cresceu de produção. Passou a marcar melhor e funcionar como uma válvula de escape para os comandados de Joachim Low, que foram pressionados pelo rival nos primeiros 15 minutos.

Tevez se multiplicava pelo campo. Ora lutando pela bola entre Friedrich e Mertesacker, ora trabalhando como uma espécie de volante, desarmando e iniciando as jogadas de ataque.

Aos 23min, Podolski escapou pelo lado esquerdo, às costas de Otamendi, após passe de Müller, que estava caído no chão. O camisa 10 teve tranquilidade para servir Klose. Sem o goleiro Romero na meta, o atacante só rolou a bola para o fundo da rede.

Com 2 a 0 contra no marcador, Diego Maradona sacou o defensor improvisado de lateral-direito para a entrada do meia-atacante Javier Pastore. Maxi Rodriguez, teoricamente, atuaria pela faixa. Não foi isso que ocorreu.

De bate-pronto, Low mandou a campo Jansen, que explorou também o setor de Boateng. Em ótima trama, cinco minutos mais tarde, Schweinsteiger fintou na velocidade e na movimentação de corpo dois marcadores e apenas tocou para o zagueiro Friedrich – ele apareceu na pequena área e ampliou.

O camisa 7 foi eleito o melhor jogador da partida em eleição pelo site da Fifa. Perceba no fluxograma da Scout Online como as ações transcorreram ao seu redor. Ao todo, efetuou 38 passes, recebendo por 40 vezes a bola.


A transição ofensiva da Alemanha passava por Schweinsteiger (7), principal destaque do jogo

Antes do apito final, em novo contra-ataque, três contra três, Ozil foi lançado pela esquerda, carregou a bola e cruzou à meia altura. Klose, mais uma vez, apareceu livre e finalizou de primeira, ampliando a sua marca histórica de 14 gols em edições de Mundiais e alcançando a artilharia da atual edição na África do Sul (quatro tentos).

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Benê Lima