"Quem diz que futebol não tem lógica ou não entende de futebol ou não sabe o que é lógica." (Stanislaw Ponte Preta)
Torcedores do Fortaleza em longa fila antes de jogo. (FOTO: RAFAEL CAVALCANTE
TORCEDOR: UM ENTE ESPOLIADO
Em tempos de torcedor-cliente, torcedor-parceiro, torcedor-sócio, torcedor-associado, entre outras denominações, vê-se que o respeito ao torcedor é cada vez menor
No futebol, não há novidade em assumirmos que o torcedor paga todas as contas. Não dá para ser diferente. Melhor, portanto, que tenhamos a hombridade em assumirmos a realidade dos fatos. Pelo menos assim, teremos como ponto de partida de qualquer discussão que envolva recursos a ‘estação’ verdade. Verdade que todos a utilizam em seus discursos, sejam de que natureza eles forem, mas que poucos conseguem dar compatibilidade entre discurso e ação.
Reclamação de torcedores é o que mais sobra no futebol cearense. Algumas são legítimas e autênticas, outras nem tanto. Mas, sem dúvida, as de maior verossimilhança são as que dizem respeito aos clubes pelos quais eles torcem. Na realidade, restringindo a situação aos dois grandes – Ceará e Fortaleza – praticamente não há diferenças quando o assunto é o tratamento para com seu público externo – os torcedores. Há um longo histórico de reclamações cujo teor é sempre o mesmo e cujos endereços também nunca mudam: ou é o Pici ou Porangabussu.
Pior é que, quando imaginamos ter-se esgotado o repertório de problemas que desestimulam o torcedor a comparecer aos estádios, eis que surgem Prefeitura Municipal de Fortaleza, Polícia Militar e Ministério Público Estadual como elementos não só protetores, mas também complicadores para vida do torcedor.
O reflexo de tudo isso já pode ser sentido não só pela ausência de parcela significativa das torcidas, mas também pelo grau de insatisfação de muitos dos que ainda resistem aos maltratos. Enquanto isso, os promotores de esportes como os que derivam das artes marciais comemoram o sucesso de eventos como o UFC e já antecipam que nos próximos três anos esses eventos superarão em público o futebol. É pagar para vermos.
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BREVES E SEMIBREVES
ARBITRAGEM – 1
Membros do quadro de arbitragem cearense protagonizaram episódio dos mais lamentáveis com repercussão negativa em nível nacional. Segundo apuramos, o responsável pelo episódio que rotulo como ‘escândalo do hotel em Natal’ foi o árbitro Wladierysson Oliveira, que foi acusado de causar constrangimento à sua assistente, Carolina Romanholi, que prontamente o denunciou. Lamentamos o comportamento de Wladierysson, já que atos como os que aconteceram não devem fazer parte de nenhum quadro de arbitragem sério.
ARBITRAGEM – 2
Outro registro de lamento, ainda sobre o episódio de Natal, é a posição do ex-árbitro Dacildo Mourão, que em sua página na internet, por sua conta e risco faz da vítima réu, e do réu vítima. Se o que foi apurado administrativamente confirma as denúncias de Carolina Romanholi, não vejo por que Dacildo assume a defesa do réu, em detrimento do direito da vítima. Juízo, Dacildo, juízo!
MARKETING ESPORTIVO
Enquanto nossos clubes não se apresentarem para seus torcedores como um produto atraente e confiável, dificilmente teremos ações de mkt duráveis. Falta de confiança e instabilidade nas regras de relacionamento com seus torcedores são as principais causas da quebra da fidelização dos clientes. O dia em que os dirigentes admitirem suas atitudes contraproducentes, eles estarão mais próximos de construírem uma relação menos efêmera com seus clientes.
CULTURA NO RÁDIO
O programa ‘Companhia do Esporte’ na Rádio Metropolitana AM930, representa um sopro de renovação no fazer do rádio esportivo cearense. Afora o bom nível das discussões, o quadro ‘Esclarecendo o Idioma’ é pura prestação de serviço ao ouvinte. Através dele o ouvinte esclarece algumas de suas dúvidas quanto ao nosso idioma. Cumpre-se, desse modo, um dos principais pressupostos da comunicação social, e do modo o mais ético.
BANALIZAÇÃO EXPRESSA
É cada vez maior o número de repórteres explorando, indevidamente, a atividade de comentarista. E pensar que estas são atividades complementares, onde uma depende da outra, mais o comentarista da atividade do repórter que o repórter da do comentarista. Este é apenas um breve episódio da série ‘rádio trash’ ou ‘rádio tosco’.
Sinopse
"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."
CALOUROS DO AR FC
quinta-feira, agosto 11, 2011
COM PÉ E CABEÇA – ANO V – Nº 183
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Benê Lima