Filósofo fala sobre José Mourinho e proposta de um departamento de inteligência competitiva em clubesBruno CamarãoAs ideias de José Alves Antunes de Sousa certamente despertarão um sentimento de reflexão. “Construído” em um ambiente filosófico, na Universidade Católica Portuguesa, ele direciona boa parte de seus olhares para o fenômeno do desporto em geral, e do futebol em particular. Sempre em uma perspectiva antropológica e psicossociológica.
Nascido em Leiria, Portugal, é oficial superior do Exército, jubilado, em cujo âmbito possui diferentes cursos, entre os quais o de Educação Física. Autor de várias obras e inúmeros artigos em jornais e revistas nacionais e internacionais, atualmente preside aSociedade Portuguesa de Motricidade Humana (SPMH), à qual pretende dar “uma nova vida”.
Naquela instituição, que pontua a Motricidade Humana como uma “energia para o movimento intencional da transcendência, ou da superação”, José Antunes tem ao seu lado o mestre Manuel Sérgio, com quem compactua muitas das ideias sobre a modalidade coletiva esportiva mais popular do mundo.
“Este futebol à mercê de predadores de circunstância não tem futuro. Ele exprime-se como sub-sistema do atual sistema capitalista selvagem, made in Wall Street, um sistema que privilegia a privatização dos lucros que geraram a crise e, depois desta desencadeada, a socialização dos respectivos prejuízos”, sinaliza o também professor do ISEIT (Instituto Piaget – Almada), onde coordena a Unidade de Investigação “Artes, Poiética e Literatura”.
Na avaliação dele, no que se refere aos clubes de uma maneira geral, uma gestão muitas vezes manipuladora, financista e impessoal, divide espaço com uma massa indefesa de torcedores, unidos apenas pelo afeto, mas traídos, cada vez mais, pela impiedosa lei do mercado. Entretanto, em tom de esperança, José Antunes crê que algo vai acontecer que obrigará o retorno de todos ao bom senso.
“Não haverá real desenvolvimento do futebol sem a presença inspiradora e ‘enformadora’ do desígnio eudaimônico (de felicidade) veiculado pela atitude sapiencial que a filosofia proporciona. Isto é, só haverá um futebol que sirva o homem se for o futebol a servir o homem, e não este a servir o futebol”, sintetiza.
Autor dos livros Vergílio Ferreira e a Filosofia da sua Obra Literária e Desporto em Flagrante, este pensador português entende que o desporto, alheio ao homem, torna-se um monstro. E talvez tenhamos atingido o que ele chama de “limiar da emergência ética”: “salvemos, o quanto antes, o futebol, salvando o homem que o pratica”.
Nesta entrevista concedida à Universidade do Futebol, José Antunes fala também, entre outros assuntos, sobre o “Milagre da Providência”, forma como aborda a trajetória de José Mourinho, um dos íconos do território lusitano na atualidade.
“Mourinho aprendeu muito cedo, logo nos bancos da faculdade, que para ser um grande treinador não bastava ser filho de futebolista, ter tirado o respectivo curso, nem sequer saber muito de tática e de metodologia de treino: era essencial encarar a sua futura atividade integrada no âmbito das ciências humanas, e em que o homem realizado é a chave do jogador vencedor e, obviamente, do treinador de sucesso”, analisa.
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Universidade do Futebol – O que faz a Sociedade Portuguesa de Motricidade Humana (SPMH)?
José Antunes de Souza – Prefiro referir o que a SPMH deveria fazer, porque atualmente, além de manter um site semi-inerte, pouco, ou nada mais faz.
Promoveu o ano passado um colóquio e deveria ter continuado este ano a promover colóquios, várias publicações e constituir-se, assim, em fórum ativo e privilegiado de reflexão crítica sobre o desígnio imperioso de holística integração de todas as atividades humanas, incluindo, claro está, a redutoramente designada Educação Física e Desporto. Espero que seja possível dar-lhe, em breve, uma nova vida.
Motricidade Humana e o futebol
Universidade do Futebol – Como a filosofia pode ajudar no processo de desenvolvimento do futebol ou das modalidades esportivas de uma forma geral?
José Antunes de Souza – Não é que possa ajudar: não haverá real desenvolvimento do futebol sem a presença inspiradora e “enformadora” do desígnio eudaimônico (de felicidade) veiculado pela atitude sapiencial que a filosofia proporciona. Isto é, só haverá um futebol que sirva o homem se for o futebol a servir o homem, e não este a servir o futebol.
O desporto, alheio ao homem, torna-se um monstro. E creio termos atingido o limiar da emergência ética: salvemos, o quanto antes, o futebol, salvando o homem que o pratica
Universidade do Futebol – O senhor vê como possível a inclusão de um filósofo como membro de uma comissão técnica no futebol? Como este profissional poderia ajudar?
José Antunes de Souza – Sim. Mas não como um rival no campo do discurso processual e técnico – seria equívoco grave. Mas como veiculador facilitante de um meta-discurso que alerte os vários atores para o efeito realizador do discurso corrente que adotam. O filósofo seria, assim, como que um hermeneuta vigilante em contexto competitivo.
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Universidade do Futebol – O cineasta italiano Pasolini disse certa vez que o futebol europeu é prosa e o futebol brasileiro, poesia. O senhor vê diferenças entre o futebol europeu e brasileiro em termos estéticos?
José Antunes de Souza – Já Gilberto Freire dissera algo parecido em “Foot-ball mulato” (Diário de Pernambuco, em 17-6-1938, p.441). Me permita citar tão ilustre figura:
“O nosso estilo de jogar futebol me parece contrastar com o dos europeus por um conjunto de qualidades de surpresa, de manha, de astúcia, de ligeireza e, ao mesmo tempo, de brilho e de espontaneidade individual em que se exprime o mesmo mulatismo (…). Os nossos passes, os nossos pitus, os nossos despistamentos, os nossos floreios com a bola, há alguma coisa de dança e capoeiragem que marca o estilo brasileiro de jogar futebol, que arredonda e às vezes adoça o jogo inventado pelos ingleses e por eles e por outros europeus jogado tão angulosamente, tudo isso parece exprimir de modo interessantíssimo para os psicólogos e os sociólogos o mulatismo flamboyant e, ao mesmo tempo, malandro que está hoje em tudo que é afirmação verdadeira do Brasil”.
Claro que no plano matricial do vaivém osmótico entre a cultura dionisíaca do Brasil e o seu futebol, mais fruitivo e festivo e do que se verifica entre a cultura mais apolínea e seu futebol, este mais esquemático e “anguloso” da Europa, parece impor-se a nós uma certa dicotomia entre estas duas tipologias de futebol.
Contudo, com a contração das distâncias, se não mesmo a sua dinamitação, por efeito da tão glosada globalização, estas diferenças tendem a diluir-se. Creio, porém, que quer a cultura, quer o futebol, também ele cultura, afinal, se alimentam de um necessário índice de diferencialidade e de tipicidade locais. Sem esse condimento identitário, caminharemos para a indiferenciação - esse reino magmático da ausência e da desumanidade.
O futebol brasileiro tem muito de dança e de uma certa ritualização erótica dos corpos, enquanto que o futebol europeu (sobretudo no centro e norte da Europa) é sobretudo marcha guerreira.
Universidade do Futebol – Na visão do senhor, de que modo o esporte – e mais precisamente o futebol – pode funcionar como um instrumento capaz de possibilitar a emancipação e a autonomia dos sujeitos?José Antunes de Souza – O desporto e, obviamente, o futebol, acontecem no domínio da intersubjectividade, no diálogo agonístico com o outro. Nesse sentido, a competição desportiva é, por natureza, veículo privilegiado de auto-consciência. O sujeito que pratica, por exemplo, futebol deve ver nesse diálogo com o adversário (ad-versum: virado para mim) um modo intencional de ver-se a si mesmo no outro que, por sua vez, estando virado para mim, me devolve a imagem que, por sua mediação, tenho de mim próprio.
O desporto é um modo lúdico (e a brincadeira é o instrumento mais natural de descoberta do mundo, como nos mostram as crianças!) de eu experimentar o outro não apenas como réplica de mim, mas, mais ricamente, como fruição alegre e cúmplice (jouissance, Levinas), uma radical emoção na partilha – e quanto mais consciência se tem da unidade fundamental dos sujeitos, mais consciência prática se tem da diferença que, no plano fenomenológico, os identifica.
Toda esta dinâmica unidade-diferença se exponencia nos jogos coletivos em que os companheiros de equipe se reconhecem na vivência unificadora das diferenças individuais.
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Universidade do Futebol – Há hoje em Portugal uma escola portuguesa de formação de treinadores? Em que os treinadores portugueses se diferenciam dos demais treinadores?
José Antunes de Souza – Não há, que eu saiba, uma escola propriamente permanente. Mas há cursos anuais promovidos pela Federação Portuguesa de Futebol em articulação com o Sindicato de Treinadores.
O treinador português é, como é natural, uma emanação do modo de ser português: é uma mescla, bastante conseguida, de desejo de ser alguém (triunfar), de intuição, de improviso, de afetividade, de gosto pelo trabalho e a que se junta uma natural e muito singular plasticidade, ou seja, uma assinalável capacidade de adaptação no que se distingue claramente do treinador anglo-saxônico, muito mais frio, cerebral e rígido nos seus processos.
Universidade do Futebol – Qual a sua avaliação sobre o trabalho de José Mourinho? O que ele representa em termos simbólicos para o país?
José Antunes de Souza – José Mourinho é, antes do mais, um milagre da Providência. Se a mãe, uma professora primária, não tivesse tido o rasgo de colocá-lo a estudar inglês (língua que ele continua a falar consideravelmente mal), jamais teria entrado diretamente na “alta roda” do futebol, pois nunca teria sido contratado pelo Sporting Clube de Portugal como tradutor do treinador Bobby Robson. Mas tudo na vida é milagroso – é preciso é ter um olhar que assim o reconheça.
Mourinho aprendeu muito cedo, logo nos bancos da faculdade, que para ser um grande treinador não bastava ser filho de futebolista (o pai foi um bom goleiro), ter tirado o respectivo curso, nem sequer saber muito de tática e de metodologia de treino: era essencial encarar a sua futura atividade integrada no âmbito das ciências humanas, e em que o homem realizado é a chave do jogador vencedor e, obviamente, do treinador de sucesso.
E, neste sentido, é justo referir o eco que nele tiveram as aulas de Epistemologia de Manuel Sérgio.
Mourinho integrou o sucesso na sua própria natureza – ele tem uma relação de familiaridade com a vitória. Ganhar é para ele uma coisa natural: este é o seu grande segredo.
Diria, por isso, que ele projeta, por contraste, a imagem sublimada de um povo resignado à sina de uma fatal pequenez. Ele, como que afirma nos palcos internacionais, no planetário palco da glória, a grandeza ínvia que nós, como povo, não ousamos acalentar: ele é o ícone dos nossos sonhos.
Entrevista: Júlio Garganta, Doutor em Ciência do Desporto
Universidade do Futebol – Qual é a relevância da universidade para o diálogo e para a melhoria da atuação do profissional de futebol?
José Antunes de Souza – A maior. Advogo que os grandes clubes só teriam ganhos se estabelecessem protocolos no âmbito da investigação e da inteligência competitiva com uma ou mais universidades – nacionais e/ou estrangeiras.
Permito-me, porém, alertar para a fatal falácia que é considerar que o sucesso se deve exclusivamente ao conhecimento. Se assim fosse, professores e homens de cultura seriam todos felizes, os médicos seriam saudáveis e os economistas seriam com certeza milionários. O decisivo é sempre o estádio de auto-consciência.
Reconheço, em qualquer caso, que o sucesso consistente precisa sempre de um lastro cultural onde se ancorar.
Universidade do Futebol – Manuel Sérgio defende a criação de um departamento de inteligência competitiva (DIC) em clubes de futebol profissional e nas seleções nacionais, liderado por um doutor em Desporto e composto ainda por um filósofo, um psicólogo, um fisiologista (ou um médico) e um treinador de futebol. O objetivo seria criar uma nova racionalidade, em que ciência e filosofia fossem complementares. O que pensa sobre essa ideia?
José Antunes de Souza – A ideia de um DIC (Departamento de Inteligência Competitiva) surgiu no âmbito de fraternais e longas conversas com Manuel Sérgio e com a qual estou genericamente de acordo. Ela aponta para um quadro de interdisciplinaridade no qual a prática desportiva, em geral, e a liderança desportiva, em particular, se desenvolvem.
Os clubes têm que deixar de entregar cegamente plantéis de muitos e muitos milhões de euros ao experimentalismo, não raro caprichoso e aventureiro, de alguém que julga que ser bom no desenho tático do jogo é suficiente para garantir o sucesso. Neste sentido, estou certo de que investir num departamento deste tipo se revelaria amplamente compensador.
Com uma ressalva, porém: esse departamento não gozaria nunca de autoridade na condução do grupo, mas exerceria tão somente uma ação inspiradora de uma verdadeira cultura institucional, ação essa que seria transversal a toda a estrutura.
Entre os alunos de Manuel Sérgio que triunfaram no futebol, o maior exemplo é o técnico José Mourinho
Universidade do Futebol – Como o senhor vê a religiosidade, as crenças e a fé como elementos potencializadores para obtenção de vitórias no futebol e no esporte em geral?
José Antunes de Souza – A crença é o êmbolo das nossas realizações – nós somos a medida dos nossos sonhos. Como dizia o saudoso Norman Cousins, “a crença gera a biologia”, ou seja, a crença gera a nossa vida.
A eficiência não depende, porém, daquilo em que se acredita, mas no ato puro de acreditar. Se você for a um médico, tecnicamente muito competente, mas se não tiver esperança e fé em que ele possa te curar, você não se curará mesmo. Isso não se deveu ao médico, mas à sua atitude de descrença: o processo é sempre o da auto-cura.
Que o objeto da crença do futebolista seja a imagem de Nossa Senhora da Aparecida, de Nossa Senhora de Fátima ou o amuleto disfarçado por trás do gol, isso pouco importa, porque o que é decisivo é a força demiúrgica desencadeada no sujeito que, por essa mediação icônica, acredita verdadeiramente.
A crença é a força motriz da intencionalidade operante. A crença traz o conteúdo do desejo para o arco da experiência pessoal.
Clodoaldo Gonçalves Leme, mestre em Ciências da Religião e doutorando em Psicologia Social
Universidade do Futebol – Em seu texto “Abordagem ecossistêmica do futebol”, o senhor utiliza a cobrança de pênalti como uma figura de linguagem, dizendo que “a bola não é um objeto neutro, inerte e passivo, mas, antes, uma realidade energética (a face objetiva da consciência) que participa efetivamente do sistema intencional em movimento”. O senhor poderia comentar um pouco mais detalhadamente esta sua afirmação?
José Antunes de Souza – Quando digo que a bola do jogo “não é um objeto neutro, inerte e passivo, mas, antes, uma realidade energética” quero significar que tudo o que existe entra necessariamente num sistema relacional de energia - uma energia que é intencional. E onde essa intencionalidade se expressa mais eminentemente é, como se sabe, no homem, ser dotado de razão e de livre arbítrio.
Há uma fundamental unidade do real, sendo que tudo tem a ver com tudo. Não há ilhas de neutralidade ontológica, energética e intencional – como se houvesse coisas ou fatos que pudessem estar fora da influência da intencionalidade que tudo rege. Não. A vida é ela própria a consciência. E a bola do jogo, que é ele próprio um bailado agonístico de intencionalidades em movimento, essa bola não é algo morto, mas um instrumento-alvo vivificado pela intenção criadora dos artistas em campo. Ou seja, a bola integra-se inevitavelmente no sistema de interações intencionais visando a festa do gol.
Quando o jogador que cobra o pênalti não está crente do seu sucesso, isto é, quando está possuído pelo medo de falhar, a bola, impelida por uma intenção defensiva e insegura, acusa esse estado mental e o mais provável é que vá para fora ou ao encontro do goleiro.
A vida é uma sinfonia e dela fazem parte integrante todos os instrumentos que a compõem. Todos sabemos que o violão, por exemplo, denuncia, de certo modo, no seu timbre, o estado de alma do artista que o toca. O mesmo acontece com o artista da bola.
Abordagem ecossistêmica do futebol
Universidade do Futebol – Em sua opinião, por que os dirigentes do futebol mundial não utilizam os recursos tecnológicos para auxiliar a arbitragem e diminuir os erros e as injustiças de julgamento?
José Antunes de Souza – Creio que por um reflexo de auto-defesa, como acontece com todos nós perante o desafio incômodo da mudança. Temem, talvez, que, acabando uma margem importante de discricionariedade que o atual estado de coisas proporciona, possam perder grande parte do poder de decisão que detêm.
Temem, creio, que a introdução de novas tecnologias socialize as deliberações que até agora são um exclusivo quase oracular deles.
Temem, enfim, que objetivos instrumentos de fiabilidade e garantia da verdade desportiva possam, de alguma forma, afrouxar a paixão arrebatada das massas e, por essa via, reduzir a popularidade do futebol.
Mas está claro que é um erro pensar assim. Desde logo, porque a justiça e a verdade não são incompatíveis com a paixão. E, depois, porque insistir em manter esta situação de nebulosidade sugere a suspeita de que estão interessados em esconder algo, o que retira credibilidade às instituições a que parecem estar tão agarrados.
E há uma razão importantíssima: diminuir significativamente os fatores de deturpação da verdade desportiva iria seguramente contribuir para a redução drástica da violência no desporto.
De fato, não se pode hipocritamente lamentar, por um lado, os atos de violência e insistir, por outro, em manter e alimentar alguns dos fatores que objetivamente a originam e fomentam.
Especial: tecnologia no futebol
Universidade do Futebol – É possível encontrar em um desporto absolutamente mercantilizado algum compromisso com algo mais do que um espetáculo lucrativo? Existe um capitalismo “eticamente viável”?
José Antunes de Souza – Ganhar dinheiro não é um mal em si mesmo, bem pelo contrário – insere-se no desígnio de expansão universal. O mal está em só se querer isso. Um desporto em que tudo está subjugado ao sacrossanto desígnio do lucro não é seguramente desporto, porque dele foi expulso o homem, a referência de sentido de coisas e fatos. E num desporto assim não mora a ética, uma vez que o seu objeto é unicamente o próprio homem. Num desporto assim haverá, quando muito, uma estética funcionalista (e maquiavélica) do lucro.
Este futebol à mercê de predadores de circunstância não tem futuro. Ele exprime-se como sub-sistema do atual sistema capitalista selvagem, made in Wall Street, um sistema que privilegia a privatização dos lucros que geraram a crise e, depois desta desencadeada, a socialização dos respectivos prejuízos.
No que se refere aos clubes de uma maneira geral, de um lado, uma gestão muitas vezes manipuladora, financista e impessoal, do outro, uma massa indefesa de torcedores, unidos pelo afeto, mas traídos, cada vez mais, pela impiedosa lei do mercado.
Creio que algo vai acontecer que obrigará ao regresso triunfal e apressado do bom senso.
Universidade do Futebol – Quais as atribuições e os objetivos da sua função como assessor estratégico do Benfica? Como se deu o convite?
José Antunes de Souza – Sobre esta questão peço desculpa por não ser preciso na resposta, mas estou contratualmente vinculado ao dever de sigilo e confidencialidade. O máximo que posso adiantar é que se trata de uma opção de grande significado tomada pela direção deste grande clube e que o coloca na vanguarda dos clubes mundiais, pois que nenhuma grande instituição evolui se não dispuser de um instrumento interno de auto-análise e de auto-crítica, num contínuo exercício de aprofundamento missional.
José Antunes tem um projeto de participação no tradicional Benfica, mas mantém sigilo sobre a atividade
Sinopse
"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."
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quinta-feira, agosto 11, 2011
José Antunes de Souza, presidente da Sociedade Portuguesa de Motricidade Humana
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