Bruno Baquete
O jogo de futebol pode ser entendido a partir de quatro momentos: ofensivo, defensivo, de transição ofensiva e de transição defensiva, os quais se relacionam entre si de forma complexa.
Em decorrência da observação do comportamento distinto das equipes nas jogadas originárias de bolas paradas surgiram várias discussões sobre a necessidade de se adicionar um novo momento para o entendimento do jogo de futebol: o momento das bolas paradas.
Surgira, assim, o quinto momento do jogo!
Alguns autores foram além e afirmaram que o quinto momento correspondia às bolas paradas defensivas e o sexto momento às bolas paradas ofensivas – não é o objetivo entrar nessa discussão e vamos tratar as bolas paradas como um momento apenas.
Nesse quinto momento do jogo, as equipes partem da organização, ou seja, os jogadores “conhecem” o posicionamento da sua equipe e do adversário (fato raro no jogo de futebol que se caracteriza por um jogo em que o caos é seu ambiente). A partir dessa organização, os jogadores que têm a bola parada a seu favor tentam desorganizar o adversário para obter o êxito na jogada enquanto a equipe adversária exerce uma ação contrária.
Toda essa dinâmica tanto ofensiva como defensiva precisa ser norteada pelo Modelo de Jogo que deve contemplar ainda a transição após essas jogadas.
No Modelo de Jogo preciso definir a forma de marcação, a forma de ataque, a estruturação do espaço, a barreira (em tiro livre direto/indireto), o balanço ofensivo e defensivo (pensando na transição), quem e como a reposição será feita, etc.
A partir da definição dos conceitos devo construir as atividades.
As atividades seguem os mesmos pressupostos apresentados nas colunas anteriores, só que neste momento a ênfase é nas questões pertinentes às bolas paradas sem descontextualizá-las do jogo. Isso significa que as bolas paradas devem estar inerentes ao jogo e não ser treinadas separadas e sem ter uma ligação com os momentos subsequentes à mesma.
Vamos ao exemplo prático.
O Modelo de Jogo da minha equipe pressupõe que a marcação a ser realizada na bola parada defensiva no escanteio é a marcação mista com um jogador marcando a zona da bola baixa (2), um marcando a zona da primeira trave (7), um marcando a zona central da área (4) e um jogador marcando a zona da entrada da área (10), com os demais marcando individualmente, conforme ilustração abaixo:
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Benê Lima