Oliver Seitz
Quando começou o jogo entre Grêmio e Palmeiras, na última quarta-feira, estava lá a faixa da Trip Side. Próxima ao meio-campo, um pouco para esquerda da perspectiva televisiva e à direita de uma faixa do AC/DC. Será que o AC/DC também patrocina torcidas? Por que quase toda torcida tem uma faixa do AC/DC? A pergunta, naturalmente, é retórica. O que importa é que, no segundo tempo, a faixa não estava mais lá.
Outra faixa que chamou atenção foi, no último domingo, durante o jogo entre Náutico e Flamengo. Ela estava posicionada mais ou menos no mesmo lugar que a faixa da Trip Side no jogo do Grêmio e Palmeiras, ou seja, perto do meio e um pouco para esquerda pela perspectiva televisiva. Na faixa estava escrito: ‘A vergonha do Nordeste’, e havia uma seta apontava para a torcida do Flamengo. Eu, particularmente, não acho que a torcida do Flamengo seja a vergonha do Nordeste. Acredito que o Sarney, o Collor, o Calheiros e a Sudene são bem piores. Mas, enfim, estava lá a faixa. Houve um esquema parecido realizado pelo Goiás, se não me engano. É um movimento interessante, porque denota um fortalecimento do mercado local de futebol, menos massificado. E quanto menos massificado for, maior a importância que o futebol terá. E quanto mais importante for o futebol, melhor fica a indústria.
Falando em vergonha, não como não comentar sobre a classificação da França para a Copa do Mundo de 2010. Foi uma vergonha. Mas, vendo bem o lance, é compreensível. A jogada foi rápida e escondida, no meio de um monte de jogadores posicionados na frente do árbitro e do lado oposto ao bandeira. Se fizesse um tira-teima, acho que daria para perdoar o juiz. Curiosamente, há pouco tempo, a Uefa lançou um filme chamado ‘Les Arbitres’. É um documentário que mostra um pouco o futebol pela perspectiva dos árbitros, durante a última Eurocopa, no caso pela perspectiva de gente como Howard Webb, Roberto Rosetti e Massimo Busacca. O filme, que foi muito bem recebido pela crítica, documenta a preparação para o jogo, os rituais, a chegada ao estádio, a família, etc. Se você for ao Youtube e digitar o nome do filme, encontra-se o trailer. Parece realmente bacana. Em determinado momento, o árbitro da partida entre a Grécia e a Suécia, acho que Busacca, diz para um jogador, acredito que o Basinas, volante da Grécia, que ele, Busacca, não é Deus e também está suscetível a erros.
De fato. No futebol, o único deus é Angus Young.
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Benê Lima