Treinar em jejum
É comum, no futebol, alguns atletas treinarem pela manhã em jejum. Os motivos são vários, tais como acordarem praticamente na hora do treino, jantarem tarde da noite ou não tolerarem alimentos ao acordar pela falta de hábito.
O desjejum é muito importante para abastecer o organismo para o dia que se segue. Para os atletas, além dessa refeição estimular o metabolismo, essa necessidade é ainda maior, pois se trata do fornecimento dos nutrientes necessários para a recuperação muscular pós-treino ou para a formação de estoques de energia que garantirão a prática esportiva que ainda está por acontecer.
É necessário explicar para os atletas a importância dessa refeição e que essa não precisa necessariamente ser uma grande refeição, mas sim uma porção de nutrientes capaz de estimular o metabolismo e fornecer nutrientes para as diversas funções específicas do momento. Por exemplo, beber um copo de iogurte com uma fatia de pão e geléia ou tomar um copo de suco com uma fatia de pão e queijo.
E se mesmo assim alguns atletas não tolerarem esses alimentos ao acordar, pode ser combinado com seu nutricionista o uso de carboidrato em pó ou gel, que são de rápida absorção e facilmente encontrados no mercado.
Consumir suplementos de forma aleatória
Muitos atletas ingerem suplementos nutricionais como vitaminas, minerais, aminoácidos e ervas entre outros com a intenção de melhorar seu desempenho e saúde. Os suplementos dietéticos podem complementar a dieta, ao fornecer mais calorias, ou proteínas, vitaminas e minerais. No entanto, o excesso e o uso indiscriminado de suplementos pode prejudicar a saúde. Tanto suplementos protéicos, repositores hidroeletrolíticos, quanto vitaminas e minerais necessitam de orientação nutricional para compor um cardápio.
Diferentemente de medicamentos, esses suplementos não foram aprovados pelo FDA quanto a sua segurança e eficácia. Os suplementos nutricionais não são padronizados e por isso não há garantia quanto à potência (intensidade) do produto ou seu grau de pureza. O controle de qualidade pode ser deficiente por parte de alguns fabricantes, isto é, a quantidade de um ingrediente ativo pode ser diferente da quantidade que o fabricante diz conter. Alguns suplementos apresentaram contaminantes ou níveis perigosos de ingredientes ativos causando lesões ou óbitos. Alguns suplementos nutricionais podem conter ingredientes, tais como androstenediona ou efedrina, que podem resultar em testes positivos para substâncias proibidas. É possível que os atletas não percebam que um produto contém um ingrediente proibido porque um nome diferente é usado para apresentar o ingrediente ou esse não é declarado no rótulo.
O uso involuntário de produtos proibidos por um atleta pode resultar em sua suspensão por doping. Portanto, não deixe de conversar com seu nutricionista sobre sua alimentação e saber quais suplementos serão necessários, de marca confiável e, qual a quantidade a ser utilizada.
Não se hidratar o suficiente
Durante um jogo, os atletas costumam perder de 1 a 2 Kg de peso corporal, e num clima quente e úmido as perdas podem chegar a mais de 4 Kg. A perda de 2 a 3% do seu peso corporal pelo suor já pode prejudicar seu desempenho esportivo. Seja por falta de hábito ou de atenção, o consumo de líquidos tem sido menor que o desejável para manutenção perfeita do balanço hidroeletrolítico do corpo, prevenção de cãibras musculares, etc.
Sendo assim, o consumo de água e bebidas isotônicas deve ser estimulado constantemente por todos os profissionais diretamente ligados aos atletas, como treinadores (dando pausas a cada 15-20 min. durante os treinos), preparadores físicos e, até mesmo, o roupeiro e massagista.
Consumir itens muito calóricos com frequência
Após o término dos treinamentos, muitos atletas alegam não sentirem fome devido ao cansaço e acabam optando por refeições rápidas e baratas, ricas em açúcar e gorduras, tais como doces, refrigerantes e/ou optando pelos ?fast-foods?. Estes alimentos são mais consumidos porque são de fácil acesso, mas não fornecem nutrientes necessários para compensar as horas de treinos e competições e, algumas vezes, refletem no aumento de peso do atleta.
Portanto, converse com seu nutricionista para desenvolver um plano alimentar individualizado, balanceado, dentro da sua realidade e fácil de seguir. A alimentação do atleta também é responsabilidade do clube.
Consumo de álcool
O álcool faz com que nosso corpo elimine mais água. Junto com a água também se vão minerais importantes, como o potássio, cálcio, fósforo, magnésio e zinco. O consumo contínuo do álcool pode provocar deficiência de nutrientes e doenças relacionadas. O importante é ter uma alimentação nutritiva, rica em frutas, verduras, cereais integrais, carnes magras e hidratar-se ? tomar sempre bastante líquidos (água e sucos) durante o dia e principalmente após o consumo de bebida alcoólica.
Abusar de cápsulas de vitaminas e minerais
Os suplementos vitamínicos e de minerais podem ser um componente da dieta, desde que orientado por um profissional especializado. Porém, acreditar que cápsulas conseguem substituir o valor dos vegetais e frutas é um erro. Estes alimentos contêm muito além de vitaminas e minerais, eles são ricos em fitoquímicos, substâncias ativas que previnem doenças como o câncer, fibras e outras substâncias que não podem ser encontradas nas cápsulas.
O ideal para justificar uma suplementação de vitaminas e minerais, poderia ser exames sanguíneos de hemograma, ferro e ferritina e outros indicadores do estado nutricional, além de uma análise mais detalhada da dieta, por um profissional da área de nutrição.
Bibliografia
BIESEK, S. et al. Estratégias de Nutição e Suplementação no Esporte. São Paulo, Editora Manole
TIRAPEGUI, J. Nutrição, Metabolismo e Suplementação na Atividade Física. São Paulo, Atheneu, 2005.
ELLEN COLEMAN, M.P.H., M.A., R.D.Consultora em nutrição dos LA Lakers e da Sports Clinic(Riverside, Califórnia)
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Benê Lima