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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quarta-feira, novembro 25, 2009

Tecnologias de construção de campos de futebol padrão Copa
Além de obras de infraestrutura e melhorias duradouras para as cidades-sede do evento em 2014, é preciso que se atente a qualidade dos gramados
Marcelo Iglesias

Em 2014, o Brasil realizará a Copa do Mundo da Fifa. Desde o anúncio do país como sede do principal torneio de seleções, muito tem se falado sobre projetos de infraestrutura para as 12 cidades que receberão as partidas e para os municípios vizinhos a elas, que poderão abrigar seleções e/ou turistas.

Além disso, outro ponto de fundamental importância para que a realização do evento seja um sucesso são os estádios utilizados para a realização dos jogos e das cerimônias de abertura e encerramento da competição.

Reformas na estrutura dos locais, aumento da capacidade, melhoria nos serviços, incremento das condições do entorno dos estádios são alguns temas que estão presentes, com frequência, na pauta daqueles que pretendem investir na Copa do Mundo no Brasil.

No entanto, por mais inacreditável que possa parecer, até o momento, poucos pretendem aplicar recursos na construção de gramados com tecnologias avançadas, o que proporcionaria melhores condições de jogo, maior durabilidade, além da redução nos custos de manutenção e troca da grama. O principal torneio de futebol do planeta está prestes a tomar lugar no Brasil e a maioria das pessoas esqueceu que o gramado é grande palco do evento.

“Não se pode arriscar ter um gramado de nível médio. Tem que ser o melhor possível”, comentou Roberto Gomide, presidente da World Sports - Gramados, maior empresa brasileira no setor, durante a Expo Estádio 2009, realizada nos últimos dias 17, 18 e 19 de novembro, em São Paulo. “O gramado representa de 3% a 5% do valor total de um projeto de estádio. Vale a pena investir”, completou.

A Expo Estádio 2009 reuniu, em sua feira e congresso, os segmentos de projeto, construção, engenharia, mobiliário, gerenciamento e operação de estádios. O objetivo do evento foi o de reunir membros de empresas e do governo para a discussão sobre questões que se referem à Copa do Mundo de 2014, mas que vão além das quatro linhas, uma vez que o torneio já provoca grandes movimentações dos setores público e privado, em função do grande volume de capitais que precisarão ser aplicados em estádios e infraestrutura.

Uma das palestras do congresso local abordou a importância da construção e manutenção de gramados de alta qualidade e tecnologia. “Prova de que a manutenção é essencial para um campo bem cuidado é que, em eventos do porte de uma Copa do Mundo, os gramados são cortados cerca de cinco vezes por semana, ou seja, quase todos os dias”, afirmou Gomide.

Para que se construa um campo, é preciso que a obra passe pela montagem de várias etapas: sistema de drenagem, sistema de irrigação, base drenante, top soil, nivelamento e compactação da base, implantação do gramado, e manutenção. Para cada uma dessas fases existem muitas alternativas, o que diferencia a modernidade e a qualidade de um projeto.

“Antes de se montar um bom plano de construção de gramado, é necessário que se considere para qual finalidade ele será utilizado, qual é o plano de negócios do empreendimento, se o campo será usado exclusivamente para o futebol profissional, se será uma arena multiuso, quantos jogos por temporada serão realizados nesse gramado, quantas equipes o utilizarão, e se o seu objetivo final é somente a Copa do Mundo”, explicou o presidente da World Sports.

Uma das alternativas apresentadas para se garantir custos mais baixos na manutenção e gramados mais duradouros e com mais tecnologia foi o sistema Grass Master. Ele consiste em um campo 100% natural com o reforço de cerca de 20 milhões de fibras sintéticas. Com isso, as raízes da grama natural se entrelaçam na parte das fibras artificiais que ficam abaixo da terra, o que garante maior durabilidade ao gramado. De acordo com palestrantes e expositores desse sistema, ele não interfere nas condições de jogo, nem nos processos de manutenção do gramado.

Entre as vantagens de se utilizar o Grass Master, segundo os representantes das empresas que trabalham no ramo de gramados esportivos, estão a garantia de uma superfície mais estável para os jogadores, a prevenção do desgaste da grama durante os jogos, a contribuição para a drenagem, e o aumento de tempo de uso do campo.

Alguns times que adotaram esse sistema em seus estádios foram: Liverpool, Arsenal, Manchester City, além de ele ter sido utilizado nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, e na Euro-2004.

De acordo com os expositores dessa tecnologia para gramados esportivos, o Grass Master possui um investimento inicial maior do que um gramado meramente natural. Contudo, o seu retorno e a sua durabilidade são bem maiores, também. Ainda conforme os representantes de empresas que trabalham com esse sistema, em um gramado com essa tecnologia, pode-se jogar, aproximadamente, duas vezes mais horas do que em campos exclusivamente naturais.

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Benê Lima