Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, novembro 23, 2009

Para o fim das peneiras: esboços preliminares de proposta de seleção para o processo de especialização
Mais importante do que ser habilidoso com a bola nos pés ou ser grande e forte, é compreender o processo organizacional sistêmico dos jogos

Alcides Scaglia

Diferentemente das famosas “peneiras” de jogadores, as quais partem da ideia de que se pode encontrar jogadores prontos (reformando a já refutada tese inatista do talento nato - jogador com dom para jogar futebol), acredito que uma seletiva deve se pautar num processo (o mais contínuo possível) que permita a detecção de potenciais jogadores inteligentes.

O macro conceito de potenciais jogadores se refere ao fato destes entenderem o jogo. Ou seja, num processo seletivo, mais importante que ser habilidoso com a bola nos pés ou ser grande e forte (maturação precoce), é preciso demonstrar que adquiriu, pelo menos inicialmente, a competência de compreender o processo organizacional sistêmico dos jogos.

Desse modo, penso que para compreender (entender) o jogo certa quantidade de competências essenciais são requeridas e, ao mesmo tempo, um leque de habilidades são esperadas. Como por exemplo:

- Competência para organizar o jogo (quer seja ele pequeno, médio ou grande);
- Competência de adaptação constante e rápida às mudanças requeridas;
- Competência interpretativa.

Para efetiva materialização dessas competências, podemos destacar algumas habilidades (vinculadas também à personalidades individuais):

- Habilidade de tomar iniciativa (tomada de decisão);
- Habilidade de concentração e atenção;
- Habilidade na comunicação não verbal para jogo coletivo;
- Habilidade em sua relação com a bola;
- Habilidade para jogar coletivamente;
- Habilidade no que tange controle emocional (espírito competitivo).

Importante destacar que todo jogador deveria apresentar seu “currículo”, na forma de preenchimento de um questionário apresentado na inscrição. Este questionário visa a alimentar de informações o avaliador, a ponto de objetivar sua avaliação.

Vale destacar que o processo seletivo não deve ser feito por apenas um avaliador, mas por um grupo, que se responsabilizará por um dos jogos do processo, levantando informações sobre cada um dos jogadores. E ao final do processo esses dados devem ser cruzados de forma a obter (almejar) uma sintonia na avaliação.

Já no que tange a operacionalização do processo seletivo, é preciso ter por referências a idade dos jogadores, pois é dela que dependerá a seleção dos jogos e os objetivos mais específicos exigidos em cada uma das etapas do processo de especialização no futebol. Por exemplo, numa seletiva de meninos menores de 12 anos, teremos um número maior de pequenos e médios jogos do que grandes jogos, contrariamente do que se organiza para um processo seletivo de jogadores menores que 17 anos.

Portanto, para desenrolar do processo seletivo é interessante que se estruture pelos menos quatro jogos (entre pequenos, médios e grandes jogos) na forma de circuito, sendo que em cada estação um ou dois avaliadores fazem apontamento individuais sobre as competências e habilidades requeridas (descritas acima) em consonância com as requisitadas em cada jogo (pequenos, médios e grandes jogos), para depois, em uma reunião realizar a análise cruzada das informações.

Estas idéias são para mim, como esboços preliminares para a construção de um efetivo e eficiente processo de seleção, que não caia nos chavões atuais e muito menos na mediocridade das peneiras.

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Benê Lima