Eventos unem esporte e social no Brasil
GUILHERME COSTA
Da Máquina do Esporte, em São Paulo
A ideia de realizar em São Paulo a "Semana internacional do esporte pela mudança social" surgiu antes de o Rio de Janeiro ter sido confirmado como sede das Olimpíadas de 2016. No entanto, a realização do evento esportivo e da Copa do Mundo no país em uma mesma década mudaram o cenário. Esporte e social nunca tiveram uma oportunidade tão clara para ficarem mais próximos. A "Semana internacional do esporte pela mudança social" aconteceu na unidade Santana do Sesc-SP e terminou na última sexta-feira. Houve palestras, debates e apresentações de metodologias empregadas em projetos sociais vinculados ao esporte. Tudo isso para aproveitar a atividade física como plataforma de comunicação para transformações no país. "Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas confirmadas para o Brasil, o mundo inteiro está olhando para cá. Já tínhamos essa ideia, mas abrimos um evento que pode colocar o poder público, a sociedade civil e a iniciativa privada em contato para discutir questões importantes. É preciso sair do papel cômodo de só criticar e tomar atitudes que realmente possam mudar as coisas", explicou Chico Tattini, da J. Leiva Cultura & Esporte, uma das organizadoras do evento. A despeito de possuir uma abrangência maior em seu trabalho, a J. Leiva adotou o trabalho social no esporte como principal foco. A principal aposta da agência é que esse segmento do mercado, por ser muito novo e por ter muito a ganhar com eventos de grande porte na próxima década, possui enorme potencial de crescimento. "Temos pouco tempo de discussão sobre isso ainda. Não temos nada contra o esporte de alto rendimento, mas nosso foco é mais educacional. O esporte é uma ótima maneira de trabalharmos para a formação de crianças", disse Tattini, que lembrou que o fato de o segmento ser recente dificulta a obtenção de resultados concretos: "Principalmente porque isso é algo difícil de mensurar. As pessoas querem saber quantas crianças os projetos tiraram do tráfico e levou para outros lugares, mas é complicado vermos quantas foram as crianças que nem chegaram ao tráfico". Entre o potencial de desenvolvimento, a falta de resultados concretos e a necessidade de investimento nesse setor, a "Semana internacional do esporte pela mudança social" apresentou iniciativas de empresas e projetos desenvolvidos em outros países. Isso foi suficiente para mostrar dados alarmantes. Nos Estados Unidos, por exemplo, a verba de educação física foi uma das primeiras a serem cortadas no período da crise financeira internacional. Além disso, apenas 3% dos pais do país acreditam que seus filhos possuem um local para praticar esportes. "Temos vários profissionais nossos aqui, participando de uma discussão que precisa ser mais ampla. Essa é a base para formarmos uma política pública de esporte. A Copa e as Olimpíadas são oportunidades para todos que trabalham com o tema. O foco é o esporte, mas é uma oportunidade de trabalharmos algo com um viés mais social", disse o ex-jogador Raí, que esteve no evento como representante da fundação Gol de Letra. "Nosso projeto já movimentou 70 mil crianças e quatro mil professores em três Estados: Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Temos 48 núcleos, e atualmente contamos com cinco mil crianças. Sempre investimos muito nisso, até por sermos uma companhia que acredita muito no esporte", adicionou Waleska Ferreira, gerente de responsabilidade social da Unilever, empresa que investe R$ 4,5 milhões anuais no projeto "Esporte cidadão Unilever". |
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Benê Lima