Benê Lima

COM PÉ E CABEÇA – ANO IV – Nº164

Dentro do permanente processo de reconstrução da vida, uma parada ou um passo atrás não significa que tenhamos saído da rota do sucesso.” (Benê Lima)

Opinião

UMA PAUSA PARA A RETOMADA DO SUCESSO

O Fortaleza perde terreno apenas para si próprio, do ponto de vista de uma escalada ascensional

O maior espaço ocupado por Fortaleza e Ceará, é aquele que potencialmente lhes pertence, já que são raros os espaços que lhes são comuns. Portanto, se olhar para dentro de si, o clube do Pici terá muito mais chance de reingresso à senda evolutiva, que neste instante deve ter como prioridade o retorno da equipe à Série B do Brasileirão.

Motivo para lamentação, prostração e indignação não faltam. Contudo, essas são situações que devem ser superadas o quanto antes, para que não provoquem retardo na retomada do padrão de normalidade do clube. E para a retomada desse padrão não vejo como necessária a saída do presidente da executiva do clube, Lúcio Bomfim.

A verdade é que não fora pela satisfação que se quer dar ao torcedor tricolor, a mudança importante a fazer é a da direção de futebol. No entanto, a mudança não deve ser meramente de nome, e sim de filosofia. Mas o pior é constatarmos que não há nomes disponíveis entre os tricolores para ocupar o cargo de diretor de futebol. Falar-se em Fernando Morais e em Rochinha equivale a admitirmos a falta de nomes que representem renovação, atualização e disponibilidade.

Mas há outras mudanças que precisam ser providenciadas, e entre elas a promoção de uma limpeza na comissão técnica, que inclua preparador físico, preparador de goleiros, e todos aqueles que fomentam a formação de grupelhos, igrejinhas e assemelhados.

O falso misticismo também deve ser renegado, pois onde existe trabalho e competência não há lugar para crendices. Portanto, nada de afastar as pessoas a pretexto de que dão sorte ou azar. Falo isso com a autoridade de quem é versado em filosofia mística há mais de trinta anos.

E digo mais. O Fortaleza é um bom produto futebolístico, só precisa ser repensado, reformatado e ter o seu potencial explorado. Adequar o projeto do sócio-torcedor, escaloná-lo e fazê-lo funcionar a favor do clube e não contra, essa é uma das mais estáveis fontes de receita.

De outro lado, o torcedor tricolor deve ter o entendimento do contexto em que o time se encontra para saber também adequar o nível de suas cobranças à realidade momentânea do clube e do time. Nada de cobranças exageradas, nada de fixar metas inexeqüíveis.

Não custa lembrar, que uma crise também pode ser encarada como uma oportunidade de retomada de uma escalada de sucesso, e que essa retomada também pode ser acompanhada de muita motivação com vista ao alcance das metas preestabelecidas.

É só pagar para ver, além de trabalhar.