Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, novembro 17, 2009

COM PÉ E CABEÇA – ANO IV – Nº163


Opinião
DE “RAINHA DA SUCATA” A “QUEEN ELIZABETH”

Exagero a parte, embora o título possa não ser o retrato fidedigno de uma federação sucateada, contudo, representa o estereótipo do que temos, e nossa ‘álter expectativa’ acerca do porvir


Democratizar as decisões no âmbito de uma entidade significa – sabemos - dividir responsabilidades. Logo, tanto o ônus quanto o bônus terão co-autorias, e tal condição participativa tem o condão de envolver, embora que em graus variados, a todos os participantes do projeto, de seu planejamento e de sua execução.

Se assim caminhar, como se nos mostra, a FCF, como entidade administradora do nosso futebol, além de principal componente indutor do nosso desenvolvimento nesta área, sem dúvida estaremos criando e envoltos em uma atmosfera neoprogressista, situação que repercutirá positivamente sobre o futebol cearense.

Evidentemente que nos referimos à administração do Presidente eleito, Mauro Carmélio, sobre a qual mantemos, por razões declaratórias do mesmo, uma expectativa das mais positivas. E, convenhamos, a mostra que temos já supera a circunscrição da ‘homeopatia’ e da ‘profilaxia’, enveredando pela orbe da ação reformista.

Temos conhecimento de algumas alterações em curso e de outras já implantadas, que dão a real dimensão do espírito reformista que tem atuado sobre nossa entidade de administração do futebol, a partir da maior e mais duradoura revolução que pode existir - que é a revolução das idéias - bancada pela reforma do caráter e pelo domínio do capital intelectual.

Para darmos caráter de objetividade ao que estamos a expor, mencionamos como a mais marcante das mudanças implementadas, a criação do Regulamento Geral das Competições da FCF, (RGC_FCF), a quem cabe a paternidade de uma miríade de ‘filhotes’, que açambarcarão muitas das necessidades de previsão de direitos que antes não eram contemplados, ora pela inexistência de textos legais reguladores, ora pelo pouco alcance da regulamentação aqui existente.

Filosoficamente, falarmos em instrumento jurídico perfeito seria uma precipitação, para não dizer presunção. Porém, é inegável que a obra em referência (o RGC_FCF) requereu fôlego e inspiração dos que a conceberam, razão pela qual nos congratulamos com os que sobre e por ela transpiraram.

Outro fator extremamente inspirador, e que reacende nossa melhor expectativa, é que a Justiça Desportiva do nosso Estado passa a se nutrir a se revigorar, com os textos dos novos e revisados instrumentos de promoção do direito ora criados e recriados, o que nos garante, com o acréscimo da crença nos homens que a representam (a Justiça Desportiva), relações mais transparentes, com maior legitimidade e equanimidade em suas decisões. Afinal, uma justiça desportiva confiável, é elemento indispensável para formatação de um produto futebol atraente e rentável.

Mais um aspecto digno de registro, é a coexistência da 1ª e 2ª divisões cearenses de futebol profissional, ou seja, competições com operacionalização simultâneas e mesma duração, o que provoca uma ampliação do mercado de trabalho, tanto para integrantes de comissões técnicas e demais funcionários das entidades de prática do futebol, bem como para atletas. Além disso, os integrantes das entidades de administração, como federação, e entidades de classe, como árbitros, também se beneficiarão em face da maior oferta de trabalho.

Tenho afirmado e reafirmado que esse ‘novo tempo’ precisa ser reconhecido, entendido, comemorado e repercutido. Para isso, é preciso também que, aqueles que ajudam a pensar nosso futebol, dêem conta da transição que nele se processa, e que todos possamos estimular esse ‘renascimento’ do futebol cearense.

Loa a quem faz da AÇÃO a sua ORAÇÃO!



EFEMÉRIDES

Crônica de um fracasso anunciado


A expressão não contém nenhuma novidade. Afinal, quem nos acompanha sabe que bem antes do returno da Série B venho advertindo os dirigentes tricolores sobre o que esperava o time. De lá para cá, sabe-se que houve tentativas de qualificar o elenco e mais ainda o onze leonino. No entanto, quase todas elas deixaram de produzir os efeitos desejados.

Ainda há quem insista, e não são poucos, na tese da potencialidade do elenco tricolor. Ora, mesmo que isso fosse verdade em se tratando de Série B, a aparência de realidade não confere caráter de atualidade ao sofisma (mentira) criado(a).

Neste ponto, vale esclarecer a diferença místico-filosófica entre realidade e atualidade. Esta, necessariamente, inclui nossa percepção através da mente objetiva, por isso inclui também nosso conhecimento da(s) realidade(s). Nem tudo que é REAL, é, para nós, ATUALIDADE, pois a atualidade requer, além de percepção, nosso conhecimento da(s) realidade(s).

Outra distinção que as pessoas precisam fazer, para compreender a diferença entre a concepção com aparência de realidade e a realidade propriamente dita, é mergulhar em uma análise com fundamentação, buscando as causas do não-sucesso, e não desculpas e explicações infundadas para o fracasso.

O Fortaleza colecionou nomes, contudo, jamais nesse brasileirão teve um time que representasse o patamar alcançado pelo clube. Os números, corroborados pela baixíssima média de produção da equipe, mostram essa realidade irrecorrível.

Ao contrário do que vem sendo dito como verdade absoluta, o ataque tricolor não detém uma boa produção, bem como seu meio-campo, e pior ainda seu sistema defensivo, formado não só pelos dois zagueiros, mas, acima de tudo, pelo meio-campo-defensivo.

A boa vontade dos dirigentes sucumbiu diante daquilo que não temos outro nome a dar, a não ser incompetência. Até aceitamos o reclamo do presidente do clube, Lúcio Bomfim, quando diz que é constantemente avaliado, tanto pelo que faz, quanto pelo que deixa de fazer. Todavia, o que estranhamos é o fato dele não saber disso antes de assumir.

Não compartilhamos da atitude de execração dos dirigentes, até porque temos consciência do quanto é difícil a boa gestão de um clube de futebol, seja qual for o seu tamanho. Os desafios gerenciais são os mesmos para grandes, médios e pequenos clubes, embora as cobranças sejam incomparavelmente maior nos chamados clubes de massa.

Vale ainda a lembrança de que o Fortaleza Esporte Clube, esteja onde estiver, continuará a ser gigante, no contexto do futebol cearense. Se os nossos ditos pequenos clubes são grandes para quem os dirige – e é assim que deve ser -, o que dirá o Fortaleza, com tudo o que ele representa.

Sem dúvida, estamos e haveremos de estar sempre, ao lado do nosso futebol.



A decantação de um sucesso recorde

Em termos de tempo decorrido e não de títulos, as mudanças ocorridas no Ceará Sporting Club atestam a obtenção de um estágio de conquistas em curtíssimo lapso de tempo, algo raras vezes visto no ambiente do futebol.

Seria interessante um ‘estudo de caso’ para processarmos o fenômeno, dele tirando o aprendizado necessário para nós que comentamos e analisamos a matéria futebol. Pois, o processo de decantação do fenômeno, certamente enriquecerá nossa cadeia produtiva de idéias e conceitos sobre a disciplina em questão (o futebol).

Esse sucesso possui uma natureza de tamanho auto-convencimento, que até grande parte da torcida do arqui-rival (o Fortaleza) o admite e o reconhece, havendo até, entre os torcedores-radialistas, quem o invoque como modelo a ser seguido.

Claro que também há, na categoria de bufões e/ou saltimbancos, os que por inveja e/ou maledicência, tentam conjurar contra esse sucesso. E, na tentativa de alcançarem o que pretendem, elaboram teses do pior maquiavelismo e até assacam contra a dignidade das pessoas, tentando “melar o jogo”, para disto obterem algum proveito, nem que seja o de mero provimento de suas idiossincrasias.

Cuidado, portanto, deve ter a família alvinegra, pois entre seus próprios componentes há os que se expressam como maus caracteres.


BREVES E SEMIBREVES ®

Um lamento

Pela falta de percepção de boa parte de nossa crônica esportiva, que ainda não percebeu o tempo de mudanças que nosso futebol está vivenciando. E, entre os que perceberam, falta-lhes atitude no sentido de repercutirem os fatos.

Explico
Procurei dois colegas cronistas, mas que são muito ocupados, para sem cobranças de nenhuma natureza, informar-lhes sobre a onda mudancista em questão. O celular de um deles estava desligado; o outro me atendeu, mas deve ter imaginado que eu ganharia alguma coi$a ou estava querendo promover alguém. Diante da falta de receptividade, acabei desistindo.

Ativex
O neologismo acima bem que poderia representar a situação de combate da ‘avitaminose’ que caracteriza respeitável fração dos companheiros cronistas esportivos. Uma categoria que não se move também por certa dose de idealismo, nega a si própria por quase nada de construtivo estimular, e por não participar de nenhum processo de indução rumo ao desenvolvimento.

Bola cheia
A Diretoria de Competições da FCF toma, em tempo recorde, atitude moralizadora em face dos acontecimentos registrados em Caridade, no estádio Rei Pelé, em jogo realizado pela Terceirona Cearense, entre as equipes do Arsenal e do Caucaia. Os problemas ocorridos no domingo, tiveram providências ‘urgenciadas’ em menos de 24 horas.

Bom exemplo
Saudamos os desportistas sadios do município de Caridade, que estiveram presentes ao estádio Rei Pelé no domingo passado. Entre estes, Sales Mendonça, e o presidente da câmara dos vereadores daquela cidade, Antonio Pinheiro Liberato, o Toinho.

É bom lembrar
No futebol, a arbitragem precisa de um ambiente neutro e seguro, a fim de realizar com equanimidade, justiça e correção o seu trabalho. Merece registro o comportamento destemido do quarteto que esteve no Rei Pelé em Caridade, no comando de Arsenal e Caucaia. Alexsandro Tavares, Alessandro Magno, Anderson Farias e Deivis Aur não se curvaram ante a pressão.

Falta cobertura
À 3ª Divisão Cearense não é dado nenhum destaque. Lamentável esse pretenso elitismo dos nossos jornais, nossas televisões, multimeios e parte do rádio. O máximo que se vê, é uma nota num ‘dropes’. Aos colecionadores, solicito um único registro fotográfico de um dos nossos jornais. Tarefa essa de gincana.

Olho vivo
Aos profissionais sérios que fazem a cobertura do Fortaleza, meu respeito. Aos enganadores de plantão, figuras desprezíveis, meu repúdio. Dêem-me um único argumento válido que transpareça qualquer ajuda que essas pessoas tenham dado ao clube. (...)



Benê Lima
benecomentarista@gmail.com
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(85) 8898-5106

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