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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, novembro 16, 2010

'Protótipo' de centroavante moderno, Drogba revela aprendizados técnicos pela observação

Jogador do Chelsea desenvolveu batida em cobranças de falta ao observar Juninho Pernambucano e ‘calma’ na hora da decisão com Shevchenko
Equipe Universidade do Futebol

Uma média de um gol marcado a cada dois jogos da Liga dos Campeões da Europa: essa é a marca particular de Didier Drogba na história da competição. Considerado um exemplar do que seria o modelo praticamente perfeito de jogador moderno, o atacante marfinense, que defende as cores do Chelsea, desenvolveu valências e potencializou suas características de um modo muito especial.

“O futebol mudou. É preciso ser rápido, repetir corridas, enfrentar muitos jogos. Creio que a condição física é a chave. Vi jogos em ligas diferentes e pode notar-se que houve mudanças. Os pontas-de-lança têm de defender, não apenas marcar gols, e têm também de criá-los”, indica Drogba, em entrevista à Champions, a revista oficial da Uefa Champions League.

Desde 2004 em Londres, o jogador esteve na mira de José Mourinho, que avalizou a sua contratação naquela temporada. O atual treinador do Real Madrid é um dos que não medem os elogios quando tem de se referir ao africano.

“[Drogba é] alguém que nunca desiste. Tecnicamente, consegue fazer tudo o que um ponta-de-lança necessita nos derradeiros 20 metros. É bom no ar, usa bem o corpo e marca em momentos decisivos”, elenca o Special One.

Com suas atuações e seus gols, especialmente (já é o sexto no ranking dos principais marcadores do Chelsea), Drogba vai fincando seu nome na galeria de Stamford Bridge. Na avaliação do própiro jogador, ele tem condição atlética para suportar cada vez mais jogos, “a cada três dias”, sendo muito competitivo quando é requisitado.

“Antigamente necessitava de talvez cinco ou seis oportunidades para marcar. Agora essa relação desceu”, compara o atacante, que também presta um serviço aos Blues na recomposição do meio-campo, dando assistências precisas, e na referência positiva dentro de campo e perante o grupo.

“Drogba não necessita de uma braçadeira para mostrar que é um líder”, estabelece ainda Mourinho.

A “educação futebolística” de Drogba não se resumiu apenas aos campos de jogo e treino. Ainda na entrevista à Champions, o jogador revela como potencializou seu pé não-dominante – o esquerdo, no caso – apenas observando um dos maiores da modalidade: Diego Armando Maradona.

“Diego Maradona era um gênio. Vi-o jogar com o seu pé esquerdo e a bola estava sempre colada ao pé. Era fantástico. Ajudou-me a trabalhar o meu lado esquerdo porque queria ser como ele”, assinala.



 

Para evoluir nas cobranças de falta, o olhar se voltou a outro sul-americano, só que mais contemporâneo, que fez tremendo sucesso na França – trata-se de Juninho Pernambucano, meia brasileiro revelado pelo Sport Recife e que se consagrou no Vasco da Gama.

“Aprendi bastante ao ver Juninho no Lyon. A sua técnica era muito interessante, porque a bola não girava como habitualmente acontece. Enviar a bola direita ao gol é a melhor forma de se marcar. Trabalhei nisso. Demorei algum tempo, mas agora acho que comecei a tomar o jeito”, explica.

A passagem de Andriy Shevchenko pelo Chelsea é outro fato considerado relevante na consolidação da carreira de Drogba. O antigo Bola de Ouro fez com que o africano se tornasse um jogador melhor no quesito concentração – ambos conviveram um período no próprio Chelsea.

“Aprendi bastante com Shevchenko. Ele era e ainda é um grande jogador. É um dos melhores marcadores da Uefa Champions League. Era bastante calmo. Aprendi a ser mais sereno e sossegado no relvado, e a esperar pelo momento certo para marcar”, agradece o camisa 11.

Para os sucessivos confrontos 1-1 que ele tem de enfrentar nas ocasiões de jogo, nada melhor do que treinar com grandes defensores. E é de Terry, Carvalho, Ivanovic e do brasileiro Alex que o atacante conseguiu extrair sinais interessantes.

“É difícil defrontar John Terry, porque é um zagueiro forte. Desde que enfrentei Terry, Ricardo Carvalho, Alex e Branislav Ivanovic, todos eles grandes centrais, melhorei bastante e adaptei-me. É difícil, mas bom”, sintetiza.

Droga enaltece o fato de ter sido treinado, desde jovem, por treinadores do porte de Carlo Ancelotti, Sven-Göran Eriksson, Guus Hiddink, José Mourinho e Luiz Felipe Scolari. Com eles, garante, assimilou bem uma lição:

“Aprendi que não se ganha apenas ao entrar no campo. É preciso preparar o jogo, conhecer o adversário, trabalhar taticamente e estar pronto. É a coisa mais importante que aprendi com eles. É preciso se ter o mesmo respeito quando se joga frente a uma equipe da quarta divisão ou a final da Champions League; preparar o jogo da mesma forma, ser competitivo e tentar vencer”, finalizou.

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Benê Lima