Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, dezembro 29, 2009

Crédito opõe leis de esporte e cultura

GUILHERME COSTA
Da Máquina do Esporte, em São Paulo


A lei Rouanet, plano de incentivos fiscais à cultura, captou R$ 804 milhões em recursos em 2008, montante que supera em mais de quatro vezes o total da Lei de Incentivo ao Esporte em três anos (R$ 164 milhões). Essa disparidade ainda é um dos principais temas de discussão quando o assunto é a comparação entre os dois regulamentos. E de uma forma geral, a resposta para a diferença passa por uma explicação: credibilidade.

Apesar de a lei que incentiva projetos culturais ter mais tempo de vigência, o que os juristas identificam é que a mão de obra no esporte ainda é escassa. A lei de incentivo aprovou R$ 264 milhões para captação em 2009, mas só R$ 31 milhões foram efetivamente captados.

"Os números mostram que o esporte tem um potencial incrível. Podemos ter um crescimento de ao menos 400% para atingirmos um nível de captação parecido com o da cultura. Existe um caminho maravilhoso pela frente, mas falta mão de obra especializada e preparada", confirmou Jorge Ayoub, diretor de planejamento e vendas da J.Cocco Comunicação e Marketing, em evento realizado em São Paulo para debater a Lei de Incentivo ao Esporte.

Segundo Ayoub, o fato de a legislação de renúncia fiscal existir há mais tempo no segmento da cultura fez com que os projetos dessa área atingissem um nível que o esporte ainda não encontrou. Sobretudo quando o assunto é o retorno do valor investido pelas empresas.

"A maioria das companhias ainda não tem gestores especializados em análise de marketing esportivo e não tem agências focadas nisso. O que nós vemos é que elas não sentem profissionalismo no esporte. Elas investem o dinheiro, mas não sabem como vão aparecer. A cultura já tem um padrão de pensar mais nisso, de apresentar às empresas projetos que têm muito mais a cara delas. Essa questão mais adaptada é fundamental para que o projeto, mesmo depois de aprovado, consiga captar o dinheiro", completou o executivo.

Também em palestra recente em São Paulo, Ricardo Capelli, presidente da Lei de Incentivo ao Esporte, usou argumentação semelhante. Ele lembrou que 80% das propostas apresentadas no esporte não são admitidas como projetos por falta de documentação. E que 92% das ideias aprovadas são provenientes de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

"Mais importante do que discutir para quem vai o recurso é buscar maneiras de aproveitá-lo totalmente. Temos um espaço de crescimento muito grande ainda. Se tivermos mais qualidade nos projetos e um número maior de inscrições, poderemos atingir um volume mais próximo do limite. Mais do que discutir se A é beneficiado ou B é preterido, é importante usarmos tudo que a lei nos oferece", ponderou o jurista.

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