Michael Ballack basicamente falou sobre sentimentos. E com uma convicção muito clara a partir da morte de seu ex-companheiro de seleção alemão, o goleiro Robert Enke: a profissão de futebolista é um agente catalisador e potencializador de uma série de adversidades pelas quais os envolvidos nessa esfera passam.
“Nunca soubemos que Enke passava por esses problemas. Não saber que ele tinha depressão fez com que me sentisse impotente, porque não há como mudar as coisas”, lamentou Ballack, em entrevista recente ao jornal inglês The Independent.
O meio-campista contratado do Chelsea, atual líder da Premier League, esteve presente no funeral do compatriota, que no último dia 10 de novembro, após uma batalha de seis anos contra a depressão, acabou se suicidando.
Enke já havia perdido a filha, Lara, vítima de uma rara doença cardíaca, em 2006. A viúva do arqueiro, Teresa, afirmou que o esposo tinha medo de perder a guarda de sua filha adotiva, Leila, caso a doença de Lara viesse a público.
“Quando soubemos da morte dele, na concentração do nosso time, foi um choque para todos. O silêncio e lágrimas dominaram o ambiente”, revelou Ballack, que fez um pedido a outros atletas que porventura sofram de depressão: não tenham medo de vir a público.
“É uma doença, e ainda com a combinação com futebol e fama. Enke tinha medo de falar porque tinha medo de perder sua filha ou seu emprego, ou admitir que tinha uma fraqueza para os seus colegas de time. Pessoas têm fraquezas, e devemos aceitá-las”, finalizou.
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Benê Lima