Copa do Mundo: Uma crônica sobre o futebol bem jogado

Crônica esportiva acadêmica: uma análise da Copa do Mundo de 2010

Jogar com Busquets e Alonso de volantes, tendo à frente o maestro Xavi, as jogadas saíam 'ao natural'

 

Busquets           x          Alonso                x       Xavi

João Roberto Sauthier da Fonseca (Bebeto)

Ao termino de mais uma Copa do Mundo Fifa, realizada entre os dias 11 de junho e 11 de julho de 2010, por estar no pais campeao deste Mundial da Africa do Sul, por ser apaixonado por futebol e por eu ter uma filosofia de trabalho na qual eu acredito ser importante a teoria juntamente com a minha pratica vivenciada, farei um texto sobre o esporte mais querido do mundo: o futebol; segundo o atual presidente da Fifa (Federation Internationale de Football Association), Joseph S. Blatter no site da entidade

(http://pt.fifa.com/aboutfifa/federation/mission.html).

Saliento inicialmente uma curiosidade comprovando a simpatia e a paixão mundial por este esporte. Segundo propaganda do HSBC são produzidas 70 milhões de bolas por ano e o futebol fatura mais de 600 milhões de dólares com a venda de camisetas em todo o mundo.

Falarei um pouco sobre a evolução dos sistemas táticos de jogo, para poder fazer uma correlação com os modelos de jogo atuais, e, por fim, através de conhecimentos, citações de autores e alguns conceitos próprios, farei uma análise técnica e tática do jogo final entre Holanda e Espanha, tendo o inglês Howard Webb como árbitro principal, além dos também ingleses Darren Cann e Michael Mullarkey como assistentes, e o japonês Yuichi Nishimura como quarto árbitro, no estádio Soccer City, às 15:30, na cidade de Johannesburgo, com um público de 84.490 pessoas.

Inicialmente um elogio ao trabalho da Fifa e toda sua comissão organizadora, bem como a sede do Mundial 2010, a África do Sul. Em pesquisa e dados recentes, a Fifa possui mais associados do que a própria ONU (Organizacao das Nacoes Unidas) ou o COI (Comite Olimpico Internacional), sendo uma das mais importantes instituições mundiais.

Estávamos um pouco ansiosos por esta Copa do Mundo. Uso a palavra "estavamos" com o sentido de englobar não somente as pessoas que trabalham com este esporte, como também os jogadores, os treinadores, os cartolas, os jornalistas, os torcedores e o povo de modo geral. Não que os outros Mundiais nao tivessem algum sentimento parecido com esse - de ansiedade - principalmente dos países participantes, mas o fato é que pela primeira vez na história, foi realizado no continente africano. 

Por acompanharmos as obras um tanto quanto atrasadas e por termos visto uma edição anterior do Mundial Fifa, na Alemanha em 2006, com a maioria dos jogos com qualidade técnica abaixo do que os torcedores, amantes do futebol, e a própria midia esperava, as pessoas de todo o mundo estavam, sim, com certo receio.

Todavia, nos surpreendemos ao ver a Copa do Mundo da África 2010. Primeiramente pela já conhecida parte social de todos os anos nas Copas e em um segundo momento pela estrutura: estádios excelentes e moderníssimos, pouquíssimas confusões, seguranças preparados, salas de imprensa em tamanhos consideráveis, acessos facilitados, enfim; tudo que a Fifa exige, teoricamente estava de acordo, e teoricamente porque não estava presente no país sede, porém, em relação aos jogos, posso, sim, dar minha opinião, até por acompanhar a grande maioria deles.

Antes de voltar um pouco na história e falar sobre os esquemas táticos, deixo um conceito muito pertinente. Segundo o treinador argentino LOVRINCEVICH, CHRISTIAN, "la organizacion tactica estructural de un equipo de futbol viene determinada por una dimension estatia y una dimension dinamica". Ou seja, a dimensão estática seria a colocação e a forma dos jogadores dentro do terreno de jogo. Em suma, e traduzida por diagramas e com a ideia de divisão do campo em três zonas. Como exemplo, podemos citar o 4-4-2, seriam quatro jogadores na defesa, quatro no meio-campo e quatro na zona de ataque. Essa dimensão torna-se muito pertinente no momento em que ela serve de base para sincronização de ataques, defesas, manutenção da posse de bola e transições. Sobre a dimensão dinâmica, entende-se por serem as diferentes tarefas e movimentações dos jogadores que compõe a equipe.

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