Em sua mais recente obra, o escritor carioca Carlos Ferreira Vilarinho mergulha na história de vida e na carreira de João Saldanha, um dos maiores ícones da história do futebol brasileiro. Cronista, atleta e treinador, "João sem Medo", como era conhecido, foi um símbolo de resistência e crítica ao regime militar, assim como sucesso e competência no campo de jogo.
"Quem Derrubou João Saldanha" vai além da bola e das quatro linhas, retratando o engajamento político e a militância do jornalista, seu envolvimento com o Partido Comunista Brasileiro e também seu início no futebol com o Botafogo, clube pelo qual foi jogador e iniciou sua carreira de técnico.
O trabalho de pesquisa realizado por Vilarinho e a redação envolvente do comunicador social fazem deste livro uma viagem no tempo na esfera política da modalidade no país, e nos primeiros atores que ao seu modo marcaram o esporte, não apenas pelo talento ou pela magia, mas pelo posicionamento firme e pela ética profissional.
“Saldanha foi o maior fenômeno da comunicação esportiva em nosso país. Possuidor de larga experiência como atleta, dirigente e treinador, ele levou para rádio, jornal e TV uma visão qualificada do futebol. Na qualidade de militante comunista, que jamais abandonou, deu ao jornalismo esportivo um conteúdo humanista, valendo-se, com rara felicidade, de uma linguagem coloquial que logo conquistou um público imenso e diversificado”, afirmou Vilarinho, nesta entrevista à Universidade do Futebol.
Com seus comentários, Saldanha auxiliou várias gerações a compreenderem e tomarem posição a respeito dos problemas concretos do futebol. E Vilarinho certamente o tem como influência. Engajado na luta contra a ditadura militar, em fins dos anos 1970, o escritor, que também é Bacharel em Direito, foi membro ativo do Conselho Editorial do jornal do Sindicato dos Bancários. Hoje, pesquisa e publica crônicas sobre o mundo da bola, no site Canal Botafogo, e trabalha em um novo livro sobre o clube de General Severiano, uma de suas paixões.
A trajetória política e os combates ao regime vigente, os sucessos e disputas pelo Botafogo, e as posições firmes e irrevogáveis de Saldanha comandando a seleção brasileira até mesmo contra os anseios do governo militar, e as suas repercussões à época, fazem de “Quem Derrubou João Saldanha” algo muito além de uma história sobre futebol, ou sobre o próprio jornalismo nacional, mas uma história sobre como interesses e ideologias duelam em variados âmbitos, e como o esporte pode se tornar um espaço de contestação política através de protagonistas como João Saldanha.
Vilarinho transpõe o mero relato sobre um momento dramático: é explícita a preocupação em situar o leitor, levando-o a uma viagem pela História do Brasil, do jornalismo esportivo e, principalmente, do futebol brasileiro.
Formações táticas dos principais times em Mundiais, bem como informações de craques do passado e debate sobre alguns mitos que até hoje se perpetuam, também compõem o relato.
“Saldanha participou intensamente da vida do Botafogo. Não o considero o maior dirigente, nem o melhor técnico. Muito menos, o maior jogador. Mas foi um militante destacado. Por isso, já passados 20 anos da sua morte, ele continua tão querido dentro do clube”.
Universidade do Futebol – Antes da obra investigativa “Quem derrubou João Saldanha”, você trabalhou em uma biografia desse treinador e jornalista. Fale um pouco mais sobre João Saldanha antes da seleção brasileira e do Botafogo, e frente ao regime que o cronista tanto refutou em sua trajetória.
Vilarinho - João Saldanha, com quatorze anos incompletos, chegou ao Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 7 de janeiro de 1931. Seu pai, Gaspar Saldanha, participante do movimento militar de Outubro de 1930, recebeu de Getúlio Vargas a titularidade do Cartório do 5° Ofício de Registro Geral de Imóveis, com jurisdição sobre vastíssima área nas zonas sul e oeste da capital. João gostava de ver corridas de cavalos. E como desportista, apreciava basquete (campeão de 1938 pelo Botafogo), voleibol e natação, mas sua maior paixão era o futebol. No DF, ligou-se imediatamente ao clube da Rua General Severiano, do qual era torcedor desde menino. No ano de 1932, Saldanha ingressou no Posto 4, time de praia de Copacabana. O treinador era o célebre botafoguense Antonio Franco de Oliveira (Neném Prancha). A esta altura, João atuava no juvenil do Botafogo, sagrando-se campeão de 1935. Também em 1935, ele matriculou-se na Faculdade de Direito.
Em um contexto de luta contra o integralismo, exemplar tupiniquim do fascismo italiano, João e seu irmão Aristides aderiram ao programa da Aliança Nacional Libertadora. Em julho, Vargas ordenou o fechamento da ANL por seis meses. Já decidido pelo continuísmo, Getúlio aproveitou-se do fracasso do levante armado aliancista (novembro) para obter do Congresso o estado de guerra. Na Faculdade de Direito, foram presos três professores. Poucos meses depois, João e outros acadêmicos, taxados de comunistas, tiveram suas matrículas canceladas. Por este motivo, João não tinha diploma universitário. Saldanha continuou defendendo o Botafogo. De julho de 1939 a agosto de 1940, ele acumulou as funções de jogador (divisão de amadores) e de intérprete do preparador físico Izidor “Dori” Kürschner, que não falava português. Em 1940, ele pendurou as chuteiras. Porém, em 1944, assumiu o cargo de auxiliar do subdiretor de futebol.
Em julho de 1945, Saldanha ingressou no PCB, passando a militar no Comitê Democrático de Copacabana. Os Comitês Populares Democráticos eram entidades de massa criadas pelo PCB. João também atuava no Movimento Unificador dos Trabalhadores (MUT), organização intersindical fruto da aliança de comunistas e getulistas. Em janeiro de 1946, ele foi nomeado diretor de futebol profissional do Botafogo. Em maio, porém, deixou o clube para se dedicar integralmente à comissão metropolitana de finanças do partido, incumbida de coletar fundos para a Tribuna Popular (jornal diário do PCB). Logo depois, Saldanha viajou para a Europa, onde trabalhou para uma agência de notícias. Na União Soviética, João cursou a escola de quadros do PC(b)US. Na segunda quinzena de dezembro, de volta ao Brasil, foi escolhido pelo Comitê Central do PCB para compor a direção da reorganizada União da Juventude Comunista.
Em fevereiro de 1947, Saldanha retomou o posto de diretor de futebol. Em abril, Gaspar Dutra suspendeu a UJC por seis meses. Em maio, o TSE cassou o registro do PCB. Ao discursar em um comício relâmpago, João foi preso em 3 de agosto. Em janeiro de 1948, ele foi nomeado subdiretor de futebol (cargo novo, mesma função), embora recolhido. Em abril de 1949, realizou-se o 1° Congresso Brasileiro de Defesa da Paz, na sede da UNE, por iniciativa da Organização Brasileira de Defesa da Paz e da Cultura. Entretanto, mal iniciada a sessão de abertura, o salão foi invadido por policiais, que, reagindo às vaias, dispararam a torto e a direito. Ferido por um disparo à queima-roupa, nas costas, João foi levado para o Pronto-Socorro, de onde se evadiu. Então, se tornou o que, no jargão partidário, chama-se “funcionário”, numa vida de semiclandestinidade. Exilado em Paris, Saldanha foi convidado pela mencionada agência de notícias para cobrir a chegada do Exército Popular de Libertação (PCCh) em Pequim (1/10/1949).
Após “um pulo no Brasil” para assistir à Copa do Mundo, João voltou para a França, de onde partiu para cobrir a Revolução Coreana, convertida em guerra de libertação após a intervenção dos EUA (27/06/1950). Saldanha orgulhava-se de ter sido o primeiro brasileiro a denunciar os crimes (guerra bacteriológica) cometidos pelos norte-americanos na Coreia e na China. De volta ao Brasil, em outubro, na capital paulista, João foi eleito delegado ao II Congresso Mundial da Paz, em novembro, em Varsóvia. Em janeiro de 1951, ele foi designado para o Comitê estadual do PCB, no Paraná, fixando-se em Londrina. Ali, sob o disfarce de repórter da sucursal do diário paulista Hoje (comunista), participou como assistente político da luta de posseiros contra grandes grileiros de terra. A zona conflagrada se situava ao sul do rio Paranapanema, fronteira com São Paulo, em um perímetro formado pelos municípios de Jaguapitã, Guaraci, Centenário do Sul e Porecatu. Em fins de 1951, Saldanha foi transferido para o Comitê estadual de São Paulo. Na capital bandeirante, ele teve destacado papel na aplicação de importante resolução do PCB sobre o trabalho sindical, ajudando a organizar e dirigir a greve dos 300 mil operários paulistas, deflagrada em 23 de março de 1953.
No período 1952-1953, João também participou da luta popular contra a participação do Brasil na agressão à Coreia, e a favor do monopólio estatal do petróleo. Em novembro de 1954, ele foi eleito delegado ao IV Congresso (clandestino) do PCB. No início de 1955, Saldanha foi transferido para a região de Maringá e Londrina, onde especial importância adquiriu a organização dos posseiros contra a grilagem de terra. Em janeiro de 1956, respirando melhores ares, depois de sete anos, retornou ao Botafogo para ocupar o cargo de subdiretor de futebol, vago com a morte de Nelson Cintra.
Um dos personagens mais importantes da história política do Brasil, João Saldanha revolucionou a linguagem do jornalismo esportivo
Universidade do Futebol – Um dos capítulos de sua obra traz grafada a sentença: “João Saldanha deveria ser conselheiro permanente de João Havelange”. O que poderia ter mudado nos rumos do futebol brasileiro se o então presidente da CBD seguisse as opiniões e análises dele?
Vilarinho – A frase pertence a Maneco Müller, colunista da Última Hora. Saldanha fora convidado a assumir o cargo de assessor técnico de Zagalo, treinador do escrete carioca que enfrentaria a seleção da Argentina no Maracanã. De fato, em 4 de fevereiro de 1969, Saldanha ganhou a oportunidade de fazer uma série de alterações positivas na seleção brasileira. O que já foi muito importante. Ele não exerceu maior influência sobre o futebol brasileiro porque não lhe cabia opinar sobre questões, algumas fundamentais, como, por exemplo, o calendário.
Universidade do Futebol – Como comunicador social e profissional da área do direito, qual foi em sua opinião a maior contribuição de “João sem medo” para o futebol e para o contexto brasileiro da época?
Vilarinho – Saldanha foi o maior fenômeno da comunicação esportiva em nosso país. Possuidor de larga experiência como atleta, dirigente e treinador, ele levou para rádio (setembro de 1960), jornal (dezembro de 1960) e TV (julho de 1963) uma visão qualificada do futebol. Na qualidade de militante comunista, que jamais abandonou, deu ao jornalismo esportivo um conteúdo humanista, valendo-se, com rara felicidade, de uma linguagem coloquial que logo conquistou um público imenso e diversificado. Seus comentários ajudaram gerações a compreender e tomar posição a respeito dos problemas concretos do futebol.
Ora, o futebol é a maior paixão do povo brasileiro. Suas relações com a política sempre foram estreitas. Saldanha não as escondia e por isto ganhou ainda maior notoriedade no campo das forças democráticas. Um episódio que ilustra seu engajamento político no exercício da profissão de jornalista é o apoio que deu à greve dos clubes contra Carlos Lacerda, a Câmara Municipal e as emissoras de TV, em outubro de 1961.
Universidade do Futebol – Ainda sobre a carreira de Saldanha, é possível traçar um panorama do engajamento político do cronista, sobretudo o período da militância pelo PCB?
Vilarinho – Quando Saldanha ingressou no jornalismo, em 1960, já desfrutava de fama no seio do PCB e das demais forças do campo nacional-democrático. No período de 1956-1961, seus passos continuaram sendo vigiados pela polícia política. Saldanha foi um dos 148 funcionários demitidos da Rádio Nacional em abril de 1964. Depois da passagem pela CBD, João seguiu a vida. E passou a ser chamado de “comentarista que o Brasil consagrou”. Em março de 1971, quando quase todo o Comitê estadual da Guanabara já havia sido preso, Luiz Carlos Prestes exilou-se na URSS por determinação do Comitê Central. Em 1973, pelas mesmas razões de segurança, um terço dos membros do CC deixou o Brasil. O Exército iniciou a Operação Radar, visando o extermínio do Partido.
Em 1975, toda a Comissão Executiva do CC foi para o exílio. Neste período, em várias ocasiões, Saldanha aproveitou as viagens ao exterior, no exercício da profissão, para servir como elemento de ligação. Em maio de 1978, o PCB fundou uma entidade legal com a finalidade de apoiar as várias frentes de luta contra a ditadura - chamou-se Centro Brasil Democrático (Cebrade), presidido por Oscar Niemeyer. Saldanha integrou sua primeira diretoria. Em julho de 1979, João atuou no famoso programa “Abertura”, da TV Tupi. Logo na estreia, ele provocou reações ao defender a anistia, conquistada no mês seguinte. Os exilados não tardariam a retornar. Em outubro, o Cebrade formou uma comissão de recepção que mobilizou delegações do PCB de vários Estados. Saldanha foi o encarregado de organizar o “esquema de segurança” de Prestes. Em 20 de outubro, desembarcaram no Galeão, procedentes de Paris, Prestes, Anita Leocádia e Gregório Bezerra. Por algum tempo, Prestes e sua mulher residiram no apartamento de Saldanha, na Rua Almirante Guilhem.
De fato, o apartamento revelou-se inadequado para servir de residência e base de atuação de um secretário-geral recém-chegado de um exílio de oito anos e sem um centavo no bolso. Saldanha soube que havia vagado um apartamento na Rua Francisco Otaviano, em frente ao Parque Garota de Ipanema. Então, decidiu se mudar, mas alegou para Prestes que era para ele ficar mais à vontade. Entretanto, em novembro, João convidou Gregório Bezerra para morar com ele e sua mulher. Em 30 de abril de 1981, o Cebrade promoveu no Riocentro o “Show do 1° de Maio”, de cuja organização Saldanha participou - a ditadura vinha empreendendo ações terroristas desde janeiro de 1980. Essa escalada culminou precisamente no show, quando falhou o atentado organizado pelo DOI I.
O I Exército atribuiu a morte do terrorista a “um atentado terrorista” da esquerda. No dia seguinte, no Campo de São Cristóvão, os sindicatos, com o apoio dos partidos legais (PT, PDT, PMDB e PTB) e de muitas outras organizações, capitanearam o Ato do 1° de Maio. Saldanha foi quem discursou em nome do Cebrade. Em janeiro de 1985, o candidato da oposição liberal, Tancredo Neves (PMDB-PFL), derrotou Paulo Maluf (PDS) no Colégio Eleitoral. Maluf era o candidato dos financiadores da Oban, dos tecnocratas ligados a Silvio Frota (Roberto Campos, Delfim Neto, etc.) e dos porões (Médici, Coelho Neto, Sérgio Pires, Antônio Bandeira, etc.). Em fins de maio, Saldanha foi sondado pelo CC para se candidatar a vice-prefeito do Rio de Janeiro. Dois meses antes, ele coordenara um ato pela legalidade do PCB, na capital paulista.
A possibilidade de uma atuação aberta do PCB abrira-se no princípio de maio. João não tinha paciência para esse trabalho, quanto mais num cargo esvaziado como o de vice-prefeito de capital. Foi a muito custo, portanto, que aceitou ser vice de Marcelo Cerqueira (PSB). Muitos o preferiam na cabeça da chapa, mas ele já não tinha boa saúde. Saldanha contribuiu para a obtenção de uma expressiva votação da Frente Democrática Rio (PSB-PCB-PC do B): pouco mais de 188 mil votos, ou 6,97%. Nos últimos anos de vida, apesar da saúde precária, ele procurou participar dos acontecimentos políticos do país, sempre alinhado com Prestes.
Universidade do Futebol – Quais foram as metodologias e o procedimento utilizados em sua pesquisa e seu trabalho para produzir “Quem derrubou João Saldanha”?
Vilarinho – O livro está baseado na leitura de jornais e de artigos de Saldanha.
Universidade do Futebol – No ambiente atual do futebol, é possível identificar influências de Saldanha seja na mídia, seja nos treinadores?
Vilarinho – Não vejo nenhum jornalista identificado com João. Em sua esmagadora maioria, os jornalistas esportivos se comportam como “homens de venda”. São militantes do business que gira e se aproveita do futebol. Com raríssimas exceções, os treinadores se acham uns doutores. Aplicam esquemas táticos nocivos ao futebol. Ganham fortunas, acham-se o máximo e seguem a velha tese: “Eu ganhei, nós empatamos, eles perderam”. Em síntese, não se parecem em nada com Saldanha.
Universidade do Futebol – Em sua obra, a repercussão dos grandes jornais da época sobre o episódio envolvendo Yustrich e Saldanha é exposta minuciosamente. Dentre as várias versões dadas em entrevistas pelos envolvidos, com acusações e explicações, foi possível reconstituir de forma acurada o que aconteceu naquela noite?
Vilarinho - Não creio que tenha havido agressões físicas a quem quer que fosse. A ação de Saldanha limitou-se a uma invasão, seguida dos insultos conhecidos.
Universidade do Futebol – “Morro com você, João”. A frase de Havelange ilustra o título do capítulo em que o livro narra os eventos que culminaram na dissolução da comissão técnica meses antes do mundial de 1970. Como a imprensa classificou a mudança de posição do então presidente e a demissão de Saldanha?
Vilarinho - A imprensa achou muito natural. Excetuando Nelson Rodrigues e Maneco Müller, os repórteres e comentaristas fizeram vista grossa da intervenção da ditadura na CBD. Como era de esperar, o jornal O Globo solidarizou-se com Saldanha. Porém, os demais o fustigaram sem trégua (desde o retorno de João ao jornalismo) e apoiaram as alegações da cúpula da CBD para a troca do treinador.
Idealista, João Saldanha pensava politicamente em todos os momentos; discordâncias com a CBD, de Havelange, resultaram em sua saída da seleção brasileira
Universidade do Futebol – Ainda sobre o desligamento do treinador, para você, as posteriores explicações do plano de faturamento da CBD ao redor de Pelé mostravam o começo da política econômica da atual CBF, buscando capitalizar com o auxílio da seleção brasileira?
Vilarinho – A campanha do México exigia gastos imensos. Daí porque a arrecadação de fundos tinha, necessariamente, que se basear no prestígio dos craques. E Pelé ainda era o principal garoto-propaganda da CBD.
Universidade do Futebol – Para finalizar, gostaria que o senhor, como ex-conselheiro do Botafogo (de 2003 até 2005), discorresse sobre a importância e o legado de João Saldanha não para a seleção brasileira, mas no início de sua carreira pelo alvinegro carioca. Também, fale-nos sobre os próximos passos na carreira de escritor.
Vilarinho – No período 1931-1959, a par do período 1949-1955, Saldanha participou intensamente da vida do Botafogo. Não o considero o maior dirigente, nem o melhor técnico. Muito menos, o maior jogador. Mas foi um militante destacado. Basta dizer que sempre foi um amador, mesmo quando exerceu o cargo de técnico do time principal (1957-1959). Nem sempre teve razão nas posições que defendeu dentro do clube, mas sempre lutou pelo Botafogo com unhas e dentes. Por isso, já passados 20 anos da sua morte, ele continua tão querido dentro do clube.
Penso que Saldanha deveria ser lembrado pela inteligência e lealdade ao Botafogo, desfazendo uma imagem equivocada que lhe atribuem, de homem que resolvia tudo no braço, o que não corresponde aos fatos. Nos próximos quatro anos, pretendo concluir uma obra em cinco volumes (já terminei o primeiro, correspondente à década de 1950) a respeito da história do futebol do Botafogo no período 1951-2000.
*Heitor Tonon é estudante de Ciências Sociais na Unicamp, colaborador da Universidade do Futebol e escreve o blog Diário da Grama (www.diariodagrama.blogspot.com).
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Benê Lima