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Clube potiguar já conquistou o Estadual, o Brasileirão da Série C e
enfrenta o Vitória nesta quarta-feira na final da Copa do Nordeste
Quando a temporada começou e os Meninos da Vila, liderados por até então Dorival Júnior, arrebataram o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil respectivamente, a opinião pública não tinha dúvidas: o Santos estaria rumando para a conquista da Tríplice Coroa em 2010. No entanto, tropeços no Campeonato Brasileiro e eliminação precoce na Copa Sul-Americana tiraram a possibilidade do Peixe. Mas quem pensa que não há mais candidato a somar três títulos neste ano está enganado.
Maior vencedor de estaduais, com 51 conquistas, o ABC-RN poderá se tornar o único clube a garantir a Tríplice Coroa. Isso porque, além de já ter vencido o Campeonato Potiguar e a Série C do Campeonato Brasileiro (assista ao vídeo), retornando à Segunda Divisão em 2011, nesta quarta-feira o time abecedista disputará a final do Campeonato do Nordeste contra o Vitória, da Bahia. Com 10 vitórias, três empates e apenas uma derrota, terminou a primeira fase da competição na liderança e, portanto, terá a vantagem de decidir o título em jogo único no Frasqueirão. No entanto, a maior atração estará à beira das quatro linhas, orientando o Alvinegro da Frasqueira rumo a mais uma taça: o técnico Leandro Campos.
Reconhecido por muitos na região como ‘Felipão do Nordeste’, em alusão ao pentacampeão do mundo e comandante do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, assumiu o time ao fim do primeiro turno do Campeonato Potiguar, no lugar de Didi Duarte. Mas, para o treinador de 46 anos, que assim como o técnico alviverde é gaúcho, a semelhança fica somente no bigode e no estilo sulista de orientar sua equipe.
- Sou um pouco parecido. Particularmente não vejo isso. As pessoas que acham. Nem tenho amizade com o Felipão, respeito muito o trabalho dele, por tudo o que já realizou no futebol. O que fui, foi treinador do sobrinho dele, que hoje é seu preparador físico, e de quem sou amigo. Não sei nem se ele (Scolari) sabe que eu existo – disse, por telefone, bem-humorado.
Desde 1988 como técnico de futebol, com passagens por Joinville, times do interior de São Paulo e Oriente Médio, Campos mantém os pés no chão quanto a possibilidade de levantar o seu terceiro troféu em 2010 e enriquecer ainda mais o seu currículo.
- Esse jogo contra o Vitória será muito difícil. Esse negócio de Tríplice Coroa serve para o torcedor, mas estamos muito concentrados neste objetivo. Continuamos com a maior simplicidade, não é porque nós ajudamos ao clube com estas conquistas que deixaremos de nos manter humildes – completa.
Artilheiro do time com 33 gols marcados na temporada, João Paulo reconhece que o ABC-RN leva vantagem sobre o Vitória por decidir o título do Nordestão no Frasqueirão.
- A expectativa é a melhor possível. O objetivo principal do clube era voltar à Série B. A gente, que é da casa, já tinha isso em mente e, quem chegou, também compactuou com o mesmo objetivo. Será um jogo muito difícil, pois o Vitória é um clube de Série A, mas a vantagem que a gente tem é de decidir em casa, com o apoio de nossa torcida. Mesmo que eles venham com time B, será complicado, jogamos contra eles lá na Bahia, na primeira fase, e empatamos em 2 a 2 – recorda o atacante, de 22 anos, que apesar de ter contrato até 2012, ainda não sabe se continua para a próxima temporada.
- Houve propostas de Portugal, outras especulações, mas vamos esperar o ano terminar para conversarmos e ver o que é melhor para mim – despistou.
Mudança na forma de gestão reestrutura o clube
Há um ano, ao fim do Campeonato Brasileiro da Série B, o ABC terminaria na lanterna, rebaixado à Terceira Divisão e com uma dívida estimada em R$ 2,5 milhões. Sem credibilidade, o torcedor se afastou e passou a não mais acreditar no time. Coube então ao empresário do ramo farmacêutico, Rubens Guilherme Dantas, apoiado por conselheiros e ex-presidentes abecedistas, como Paiva Torres, Ives Bezerra, Cláudio Porpino e José Wilson, a missão de reestruturar o tradicional clube o Rio Grande do Norte.
- Levei o modelo de administração da minha empresa (rede de farmácias) para o clube e o transformei em empresa, com departamentos independentes. Formamos uma equipe comprometida e competente. Quando assumi, só tínhamos três jogadores profissionais no clube, praticamente não havia jogadores disponíveis no mercado e não tínhamos recursos para contratar atletas conhecidos. Então, foi estabelecido um teto de R$ 5 mil e apostamos em desconhecidos. Deu certo – explica o mandatário.
E se por um lado o ABC cresce, o mesmo não se pode dizer do arquirrival América-RN. Sem vencer um Estadual desde 2003, disputou pela última vez a Série A do Brasileirão em 2007, quando foi rebaixado à Segunda Divisão. Este ano, após 38 rodadas, o Dragão terminou na lanterna da Série B, caindo para a Terceira Divisão. Segundo o mandatário alvinegro, apesar da rivalidade, o descenso do América-RN só diminui a projeção do futebol potiguar.
- Há realmente uma gozação por parte da torcida. É normal que tenha esse comportamento. Já por parte da diretoria, com relação aos clubes, não é bom para o Rio Grande do Norte essa queda do América-RN, pois o futebol é um negócio e o futebol da região acaba perdendo visibilidade - completou.
ABC-RN e Vitória se enfrentam nesta quarta-feira, às 23h (de Brasília),
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Benê Lima